"Quando falo em agridoce é no sentido de não saber se tal vai ser uma mais-valia para a economia, pelo retorno que vamos ter com o movimento de pessoas na cidade ou se, a seguir, vamos ficar confinados, quando testarem positivo cônjuges, filhos ou os trabalhadores de empresas com menos capacidade de trabalhar", alegou.
Em declarações à Lusa, Nuno Lopes sublinhou a necessidade de "a economia voltar à normalidade", com as pessoas "a sentirem que a vida retoma".
"No entanto, precisamos do apoio de quem tutela a segurança ao nível da saúde, no sentido de verificar se estamos em condições de realizar o evento, com um aglomerado tão grande, apesar de se realizar ao ar livre", acrescentou.
De acordo com o presidente da ACIFF, atualmente alguns empresários já estão com restrições e dificuldades, por terem testado positivo à covid-19 ou porque têm familiares infetados.
"Temos de voltar ao normal, mas isto é uma novidade e tal não é fácil de ser gerido, por nós, autarquia e Estado. Assustam-nos os aglomerados de pessoas, que no futuro podem trazer constrangimentos. No entanto, é tudo uma grande uma incógnita", evidenciou.
O presidente da Associação Comercial e Industrial aproveitou para pedir às pessoas que continuem a ter alguns cuidados, apesar dos festejos de Carnaval da Figueira da Foz decorrerem ao ar livre.
"Espero que utilizem a máscara e sigam as regras da DGS, para que a seguir não estejamos com um problema mais agravado em termos de contágio. De resto, divirtam-se", concluiu.
O Município da Figueira da Foz confirmou na terça-feira a realização dos festejos de Carnaval, cumprindo as normas da Direção-Geral da Saúde que vigoram para outros espetáculos.
"Naturalmente, as mesmas cautelas que vigoram para os outros espetáculos serão observadas por quem quiser entrar no recinto do desfile do Carnaval", apontou o comunicado da autarquia liderada pelo independente Pedro Santana Lopes, eleito pelo movimento Figueira a Primeira.
Os corsos carnavalescos, que estão a ser preparados pelas três escolas de samba da cidade, realizam-se no domingo, dia 27 de fevereiro, e no Dia de Entrudo, a 01 de março.
O Carnaval da Figueira da Foz representa um investimento de cerca de 120 mil euros.
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