"Foi entendido que não serão permitidos quaisquer festejos, celebrações ou eventos de natureza carnavalesca de 25 de fevereiro a 01 de março", declarou.
O secretário regional do executivo açoriano (PSD/CDS-PPM/PPM) falava hoje em conferência de imprensa sobre a atualização das medidas de combate à covid-19 na região, realizada em Angra do Heroísmo.
Clélio Meneses justificou a proibição de festejos de Carnaval com a necessidade de "não promover aglomerados, ajuntamentos ou comportamentos" que impeçam o "progressivo alívio" das restrições impostas na região para controlar a pandemia.
O titular da pasta da Saúde defendeu que a "pandemia está a caminhar para o fim", estimando-se que no "final de fevereiro e início de março" exista uma "diminuição de casos", levando a um "consequente alívio de medidas".
"Ora, por causa de um fim de semana, com intensidade de contactos e ajuntamentos que são, naturalmente, proporcionadores de maior contágio, podíamos atrasar e recuar neste processo que todos queremos que evolua da forma mais rápida possível", afirmou, referindo-se ao Carnaval.
Clélio Meneses considerou ainda que a região está a "viver uma fase diferente da pandemia", porque a variante Ómicron, que é "esmagadoramente dominante" nos Açores, é "muito mais transmissível", mas "muito menos severa" do que a variante Delta.
"Não há sequer registo da variante Delta nos casos [...] mais recentes", assinalou, realçando que a "doença com gravidade afeta, essencialmente, não vacinados e doentes imunodeprimidos".
O secretário da Saúde destacou que existe 45% da população com a dose de reforço da vacina contra a covid-19 e que 80% das pessoas com mais de 65 anos na região já receberam esse reforço.
Clélio Meneses assinalou que "muitos" dos casos positivos são de pessoas "assintomáticas ou com sintomas ligeiros", salientando que uma "parte significativa dos internados" com covid-19 não foram hospitalizados devido à gravidade da infeção por SARS CoV-2, mas por outras patologias.
"Se tivéssemos hoje a mesma proporção de internados que tínhamos há um ano teríamos mais de 700 internados e mais de 250 pessoas em cuidados intensivos", afirmou.
Sobre o número de mortes na região, Clélio Meneses sublinhou que no continente "só são contabilizados os óbitos que têm como causa no certificado de óbito a doença covid-19", ao contrário do que ainda acontece na região.
Ainda assim, destacou, "nos Açores, felizmente, há menos óbitos de que nível nacional", embora o aumento de mortes tenha causado "alguma agitação" na região.
"Só para termos uma ideia, os óbitos nos Açores são de 30 para 100 mil até à data de hoje, enquanto a nível nacional são de 201 para 100 mil. Quase sete vezes mais a nível nacional do que nos Açores", comparou.
Os Açores diagnosticaram, nas últimas 24 horas, 1.130 novos casos de covid-19 e 968 recuperações, havendo ainda a registar um óbito segundo os dados do boletim de hoje da Autoridade de Saúde.
Estão agora internadas nos Açores 67 pessoas com covid-19, menos uma do que na quarta-feira.
O arquipélago tem atualmente 17.426 casos ativos, sendo 14.262 em São Miguel, 2.309 na Terceira, 211 no Faial, 184 no Pico, 179 em São Jorge, 150 na Graciosa, 96 em Santa Maria e 35 nas Flores.
Desde o início da pandemia, os Açores tiveram 48.875 casos de covid-19, 31.071 recuperações e 71 mortes.
As autoridades regionais dos Açores e da Madeira divulgam diariamente os seus dados em relação à pandemia, que podem não coincidir com a informação divulgada no boletim da Direção-Geral da Saúde.
A covid-19 provocou pelo menos 5,77 milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 20.401 pessoas e foram contabilizados 3.025.421 casos de infeção, segundo a última atualização da Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.
A variante Ómicron, que se dissemina e sofre mutações rapidamente, tornou-se dominante do mundo desde que foi detetada pela primeira vez, em novembro, na África do Sul.
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