"Não queremos culpar ninguém, mas agradecemos que, já que nos demoliram, nos ajudem a reerguer-nos, pelo menos com as licenças, porque perdeu-se o fruto de quase uma vida", explicou Joaquim Vieira, de 71 anos.
Em declarações à agência Lusa, este comerciante sublinhou precisar "de ajuda para recomeçar, porque [há] compromissos com a excelente clientela de há muitos anos, e uns excelentes empregados que desde há muitos anos trabalham, que são praticamente família e que também estão a sofrer com o que aconteceu à frutaria".
"Foi um golpe muito forte para todos, não queremos discutir com ninguém, mas queremos que as autoridades nos ajudem", disse.
Sobre o ocorrido, Vieira explicou que, na noite de terça-feira, foram apanhados de surpresa, quando camiões e funcionários surgiram com uma ordem de um tribunal para demolir a Frutaria Biruma, comércio que foi criado há mais de 65 anos e do qual é um dos proprietários desde há 40 anos.
Num documento, a que a agência Lusa teve acesso, o tribunal notificou, em 08 de fevereiro de 2022, as autoridades locais de que foi "revogada" a decisão assinada por um procurador ambiental, que ordenava o desmantelamento do estabelecimento por estar dentro de uma "área crítica com prioridade no tratamento" relacionada com o leito de um canal de água.
Natural do Estreito de Câmara de Lobos, na Madeira, Joaquim Vieira explicou ainda que esperava que o desalojamento fosse "mais humano" e que quando chegou a nova decisão do tribunal já a propriedade tinha sido demolida.
No momento da demolição, as autoridades permitiram que fossem retirados alguns equipamentos, nomeadamente frigoríficos usados para conservar os frutos que comercializava.
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