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Covid-19. Mais de 30% das vítimas de janeiro tinham dose de reforço

Segundo o relatório ‘Monitorização das linhas vermelhas para a Covid-19’, a pandemia está com uma "tendência decrescente" em Portugal. Apesar de a linhagem BA.1 da variante Ómicron ser dominante no país, a BA.2 "tem revelado um progressivo aumento de circulação nas últimas semanas".

Covid-19. Mais de 30% das vítimas de janeiro tinham dose de reforço

A pandemia de Covid-19 está com uma "tendência decrescente a nível nacional e em todas as regiões", segundo o relatório ‘Monitorização das linhas vermelhas para a Covid-19’, divulgado esta sexta-feira pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA). O documento revela ainda que mais de 30% das vítimas mortais registadas em janeiro estavam já vacinadas com a dose de reforço da vacina. 

Segundo o relatório, "o número de novos casos de infeção por SARS-CoV-2/COVID-19, por 100000 habitantes, acumulado nos últimos 14 dias, foi de 3424 casos". 

As infeções em pessoas com 65 ou mais anos também têm apresentado uma “tendência decrescente a nível nacional”. Neste grupo etário a incidência foi de 1.651 casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias.

"Há uma tendência decrescente da incidência cumulativa a 14 dias em todos os grupos etários. O grupo etário com incidência cumulativa a 14 dias mais elevada é o das crianças e jovens entre os 10 e os 19 anos de idade" com um valor de 5.914, adianta o documento.

rácio de transmissibilidade – RT – apresenta valor inferior a 1 a nível nacional (0,74) e em todas as regiões, "indicando uma tendência decrescente".

Segundo o documento, Portugal registou 59,7 óbitos por Covid-19 em 14 dias por um milhão de habitantes, apresentando “uma tendência estável” e correspondendo a “uma classificação do impacto da pandemia como muito elevado”.

Relativamente ao estado vacinal das vítimas mortais registadas entre os dias 1 e 31 de janeiro, 259 (26%) não estavam vacinadas, 27 (3%) tinham o esquema vacinal incompleto, 332 (33%) tinham o esquema vacinal completo e 317 (32%) contavam já com a dose de reforço.

Segundo o documento, as pessoas com o esquema vacinal completo tiveram um risco de internamento duas a sete vezes menor do que as pessoas que não foram vacinadas, entre o total de pessoas infetadas em dezembro. Já o risco de morte foi duas a seis vezes menor, entre o total de pessoas infetadas em janeiro.

Analisando a população com 80 ou mais anos, “a dose de reforço reduziu o risco de morte por Covid-19 em quase quatro vezes em relação a quem tem o esquema vacinal primário completo”.

No que diz respeito ao número de pessoas internadas com Covid-19 em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI), o relatório indica que se registou no continente “uma tendência decrescente, correspondendo a 52% (na semana anterior foi de 66%) do valor crítico definido de 255 camas ocupadas”.

"O número de doentes internados em UCI mantém uma tendência decrescente - menos 21% em relação aos sete dias anteriores. A região do Norte é aquela que apresenta maior ocupação em UCI", atingindo os 80% do nível de alerta de 75 camas, avança o relatório.

Nos últimos sete dias, "observou-se uma diminuição do número de testes para deteção de SARS-CoV-2". A proporção de testes positivos foi de 14,5%, uma diminuição face aos 18,3% da semana passada, e “encontra-se acima do limiar definido de 4%”.

A linhagem BA.1 da variante Ómicron continua dominante em Portugal e atingiu "uma frequência relativa estimada de 71% à data de 17 de fevereiro de 2022, com tendência decrescente". Por sua vez, a linhagem BA.2 "tem revelado um progressivo aumento de circulação nas últimas semanas" e estima-se uma frequência relativa de 29% à data de 17 de fevereiro de 2022, "com tendência crescente", frisa o documento.

Em suma, "a análise dos diferentes indicadores revela uma atividade epidémica de SARS-CoV-2 de intensidade muito elevada, com tendência decrescente em todas as regiões".

"Dada a redução da incidência que tem vindo a ser observada, é expetável que a pressão nos serviços de saúde e que o impacto na mortalidade venham a decrescer nas próximas semanas", acrescenta o relatório.

Contudo, deverá ser mantida "a vigilância da situação epidemiológica" e recomenda-se a "manutenção das medidas de proteção individual e a vacinação de reforço."

[Notícia atualizada às 20h12]

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