Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, esclareceu esta segunda-feira que a cidade se está a preparar para receber e apoiar refugiados ucranianos que chegarão a Portugal.
Ao anunciar as medidas, Moedas confessou que o existe um “forte” sentimento de união entre o povo português e ucraniano, “que é parte da nossa realidade, da nossa Lisboa”, assumindo que, para ajudar, é necessário “liderança de esforço operacional no terreno”.
O objetivo da Câmara Municipal de Lisboa (CML) é, segundo o presidente, “unir os que querem ajudar com os que precisam de ajuda” e “coordenar no terreno”, o que será feito pela diretora da proteção civil, Margarida Castro Martins, que assume o papel de “chefe de missão”.
De recordar que Margarida Castro Martins construiu um centro de vacinação na Feira Internacional de Lisboa, nas palavras do presidente, de forma “imediata e rápida” e, como tal, agora dedicar-se-á a “ajudar todos aqueles que estão em Lisboa” e os que ainda ainda virão. A diretora da proteção civil marcou presença ao lado de Carlos Moedas e reforçou “a disponibilidade e empenho da equipa”, reiterando que têm trabalhado lado a lado com a embaixada da Ucrânia.
O plano de ajuda divide-se em duas fases: a primeira será identificar os ucranianos que estão em Portugal e não conseguem regressar ao seu país; a segunda focar-se-á na receção de refugiados, o que Carlos Moedas apelida como “um passo importante” sendo que Lisboa é o “sítio onde muitos vão chegar” e é necessário “estar preparado antes de chegarem”.
O apoio imediato será dado através de alimentação, depois de alojamento, seguindo-se de vestuário, medicação e apoio psicossocial. Outra das medidas será a abertura do refeitório municipal de Monsanto para fornecer refeições aos ucranianos que necessitem.
A organização dos donativos será também feita pela Câmara Municipal de Lisboa, como “uma ação da cidade de Lisboa”, sendo que Paços do Concelho estará a aceitar doações que depois serão encaminhadas pela embaixadora e equipa de missão. Numa segunda fase o importante é “antecipar”, confessou o presidente explicando que, como tal, existirá um centro de acolhimento temporário para os refugiados que vão chegar, que estará preparado em 72 horas a partir do momento em que será iniciada a sua preparação. Esse centro será num pavilhão desportivo na sede da Polícia Municipal de Lisboa destinado a ajudar “todos aqueles que precisam”.
Carlos Moedas não escondeu a “emoção pessoal” que sente, bem como a “responsabilidade enorme de representar todos os lisboetas” neste período em que a Ucrânia enfrenta as tropas russas. O presidente da CML revela que recebeu várias chamadas de portugueses dispostos para receber, nas suas casas, famílias ucranianas e de outros prontos para trabalhar “para o que é a ajuda diária e operacional”, acrescentando que através da Câmara Municipal será possível “alavancar essa ajuda de uma forma organizada”. O presidente deixou “um abraço muito fraterno a todos os ucranianos por aquilo que estão a sofrer”, frisando que “têm em Lisboa a vossa casa e que aqui estamos para ajudar”.
A embaixadora da Ucrânia em Portugal, Inna Ohnivez, esteve também nos Paços do Concelho onde reconheceu o apoio da CML numa altura em que “o país está a lutar contra o agressor russo”. “Precisamos de ajuda de Portugal” para quando cheguem os refugiados, frisou, informando que qualquer pessoa poderá contactar a embaixada para pedir assistência e que será dada “a quem precisar”, acrescentando: “Somos irmãos. Força Portugal. Glória à Ucrânia”. A embaixada será responsável por informar sobre o que será necessário em cada momento de forma a auxiliar a autarquia a perceber o que faz falta.
Carlos Moedas informou que existe uma linha telefónica 800 910 111 e um endereço de e-mail sosucrania@cm-lisboa.pt para que todos os ucranianos que estão em Lisboa ou têm familiares que precisam de ajuda na Ucrânia possam recorrer, bem como para quem quiser ajudar e não saiba como.
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