Segundo as mesmas fontes, a reunião extraordinária da comissão parlamentar de Defesa irá decorrer no dia 8 de março, às 15:00, e contará com um 'briefing' do ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho.
O tema deverá ser a situação na Ucrânia, faltando acertar os termos da reunião, que foi hoje autorizada pelo presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, adiantou à Lusa o presidente da comissão, Marcos Perestrello.
A comissão parlamentar de Defesa Nacional tem como competências a fiscalização política nas áreas da Defesa Nacional e acompanha, entre outros assuntos, o envolvimento de contingentes militares portugueses no estrangeiro no âmbito dos compromissos internacionais.
João Gomes Cravinho convocou para hoje uma reunião do Conselho Superior Militar, o seu principal órgão de consulta, para analisar a situação que se vive na Ucrânia, anunciou o ministério.
Portugal vai contribuir com cerca de oito a 10 milhões de euros para o pacote europeu que visa fornecer armas ao exército ucraniano, que combate a invasão russa.
Sobre os 174 militares portugueses que serão enviados para a Roménia no âmbito da NATO, Gomes Cravinho disse na segunda-feira à Lusa que a força está em preparação, uma fase que "naturalmente demorará ainda algumas semanas" até chegar ao terreno.
Esta missão da NATO visa contribuir "para a dissuasão e defesa da Aliança no seu flanco sudeste", de acordo com o "site" do Estado-Maior-General das Forças Armadas.
O plano das Forças Nacionais Destacadas para 2022 previa o envio deste contingente no segundo semestre, tal como aconteceu em 2021. Contudo, o Governo decidiu antecipar este calendário e os militares portugueses deverão chegar à Roménia nas próximas semanas.
No domingo, os ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27 deram aval a um pacote de 450 milhões de euros para financiar o fornecimento de armas letais ao exército ucraniano, que luta contra a invasão russa, numa decisão que marca uma viragem histórica na UE.
Além do apoio financeiro a este mecanismo europeu, Portugal vai enviar também equipamento militar para a Ucrânia, a pedido das autoridades deste país.
Esse apoio material será de natureza letal e não letal, de proteção mas também material ofensivo como granadas, espingardas G3, munições, um conjunto de material desse tipo, também outro tipo de material importante para as forças armadas, como material de comunicação, óculos de visão noturna.
A Rússia lançou uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e quase 500 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.
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