Alunos refugiados entrarão nas escolas lusas "tão rápido quanto possível"

Em comunicado, a tutela afirma que "as crianças e jovens provenientes da Ucrânia serão integrados no sistema de Educação tão rápido quanto possível".

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Beatriz Cavaca com Lusa
08/03/2022 13:02 ‧ 08/03/2022 por Beatriz Cavaca com Lusa

País

Ucrânia

Num comunicado a que o Notícias ao Minuto teve acesso, o Ministério da Educação confirmou a intenção de integrar no sistema educativo português todos os jovens, legalizados ou não, com idades entre os 6 anos e os 18 anos, provenientes da Ucrânia.

A tutela afirma, na mesma nota, que "as crianças e jovens provenientes da Ucrânia serão integrados no sistema de Educação, tão rápido quanto possível".

Realçam, ainda, que os moldes desta integração estão a ser delineados a nível nacional, tendo em consideração os resultados de auscultações feitas a entidades que, pela sua natureza administrativa, pedagógica e cultural, contribuem de forma significativa para um processo ágil e simplificado de acesso à Educação.

O ministério refere, também, que "tem experiência e trabalho desenvolvido no acolhimento de crianças e jovens estrangeiros", sendo este um processo recorrente, em especial nos últimos anos letivos.

Para agilizar a integração destas crianças e jovens, foram definidas algumas medidas extraordinárias, nomeadamente a simplificação de procedimentos na concessão de equivalências de habilitações, a integração progressiva no currículo português e aprendizagem da língua portuguesa, a constituição de equipas multidisciplinares e ação social escolar.

Haverá "processos simplificados" para conceder equivalências de habilitações estrangeiras e para colocar os alunos num determinado ano de escolaridade e oferta educativa sejam processos simplificados.

Estes alunos deverão começar, numa fase inicial, por frequentar apenas as disciplinas que "a escola considere adequadas", num modelo de "integração progressiva no sistema educativo", explica o ME.

Além disso, as escolas irão assegurar a estes alunos um reforço de aulas para aprender a língua portuguesa, essencial para que possam apreender as restantes disciplinas e para que se possam sentir mais integrados.

"De acordo com os recursos existentes", serão constituídas equipas multidisciplinares com a missão de propor e desenvolver estratégias adequadas à situação das crianças e jovens ucranianos.

Já fora do contexto escolar prevê-se o "acompanhamento por equipa multidisciplinar no centro de acolhimento, constituída por docentes/técnicos especializados, psicólogos, assistentes sociais, intérpretes, monitores, entre outros", acrescenta.

A operacionalização destas ações é acompanhada por um grupo de trabalho constituído por diversos organismos do Ministério da Educação e por outras entidades, como o Alto Comissariado para as Migrações (ACM).

A Lusa questionou também o gabinete do Ministério do Ensino Superior e Ciência que disse o processo de acolhimento de estudantes ucranianos pelas instituições de ensino superior nacionais está a ser coordenado pela Agência Erasmus+.

Foi "lançado um grupo de trabalho com o Presidente da Comissão Nacional de Acesso ao Ensino Superior (CNAES), o Presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) e o Presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), assim como com a Associação Portuguesa de Ensino Superior Privado (APESP)", que conta ainda com a colaboração da Plataforma Global para os Estudantes Sírios.

O MCTES avança ainda que foi efetuado um levantamento preliminar da disponibilidade das instituições para "a frequência de ciclos de estudo, assim como para cursos (prévios) de língua portuguesa e, sobretudo, o apoio para o alojamento de potenciais futuros estudantes em eventual articulação com municípios".

A Agência Erasmus+, através do grupo de trabalho, está ainda a "dinamizar a colaboração com as instituições de ensino superior ucranianas com as quais as instituições nacionais têm parcerias em curso, assim como com as associações de cidadãos ucranianos a residir em Portugal".

Recorda-se que a Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo as autoridades de Kyiv, já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil. Os ataques provocaram também a fuga de mais de 2 milhões de pessoas para os países vizinhos, de acordo com a ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.

Leia Também: Milhares de refugiados ucranianos estão a chegar a Itália

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