Costa diz que Ucrânia precisa de resposta "urgente" e "concreta"
Chefe do Governo português admite subida de preços, mas garante que "não haverá falta de nenhum bem essencial" em Portugal devido à guerra.
© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images
País Costa
O primeiro-ministro, António Costa, defendeu, esta quinta-feira, que a Ucrânia precisa de uma resposta "urgente" e "concreta" por parte da União Europeia (UE).
Em declarações aos jornalistas, em Versalhes, França, onde participa numa ma cimeira informal de chefes de Estado e de Governo da UE, Costa lembrou que o processo de adesão é "demorado" e, por isso, a Ucrânia precisa de respostas rápidas.
"O que a Ucrânia hoje precisa é de uma resposta urgente e efetiva e, portanto, o processo de adesão [à UE] é um processo necessariamente demorado, necessariamente incerto. Há países que estão há anos e anos e anos a negociar e ainda não conseguiram a adesão", começou por dizer.
"Portanto, nós temos de ser imaginativos e dar uma resposta que seja concreta, rápida e que produza o efeito essencial, que é apoiar a reconstrução da Ucrânia, dar confiança aos ucranianos no futuro, no seu desenvolvimento económico e, entre a adesão e o acordo de associação que já existe, há varias hipóteses onde é preciso ser imaginativo e trabalhar para que a resposta seja efetiva, rápida, urgente e que não seja algo que se estenda no tempo", acrescentou.
Sublinhe-se que a Ucrânia formalizou o pedido de adesão à UE a 28 de fevereiro. A Eslováquia anunciou esta quinta-feira que vai propor na cimeira um roteiro para o país vizinho possa aderir ao bloco comunitário em cinco anos.
Ao falar sobre forma como a guerra afeta outros países, concretamente Portugal, o primeiro-ministro admitiu que o aumento do preço de alguns bens é um "dado adquirido". Contudo, garantiu que "não haverá falta de nenhum bem essencial".
"Neste momento, não há nenhum cenário previsto para falta de bens essenciais. Ainda na reunião da concertação social que fizemos ontem (quarta-feira), foi feito o ponto de situação. Também já tínhamos feito também com a ministra da Agricultura", afirmou.
"A subida de preços é um dado adquirido e há um limite da capacidade de intervenção política sobre isso. Quando o principal país fornecedor de uma matéria prima não a produz é evidente que ela vai escassear e aumentam os preços", confessou.
O aumento do preço dos combustíveis foi também tema de conversa e Costa mostrou-se disponível para avançar com uma descida temporária do IVA. No entanto, lembrou que é necessária uma autorização de Bruxelas para tal acontecer.
Inicia-se esta quinta-feira em Versalhes uma cimeira de dois dias, que se irá focar na defesa e energia devido à invasão russa à Ucrânia.
[Notícia atualizada às 18h25]
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