Lisboa tem 23.000 ofertas de emprego para refugiados ucranianos

O Governo português já recebeu cerca de 23.000 ofertas de emprego para refugiados ucranianos, havendo ainda cerca de 11.800 cidadãos daquele país que pediram proteção temporária, revelou hoje, em Madrid, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

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Lusa
17/03/2022 17:06 ‧ 17/03/2022 por Lusa

País

Rússia/Ucrânia

Numa conferência de imprensa com os seus homólogos espanhol e italiano, Ana Mendes Godinho disse que a plataforma criada para reunir ofertas de trabalho de empresas para refugiados ucranianos em Portugal já recolheu cerca de 23.000 propostas de emprego.

Por outro lado, são cerca de 11.800 os ucranianos já inscritos no mecanismo simplificado para a obtenção de proteção temporária que garante que os cidadãos fugidos à guerra que cheguem a Portugal tenham a garantia de ficar em situação regular, sendo-lhes atribuído de forma automática número de identificação fiscal (NIF), número de identificação da Segurança Social (NISS) e número de utente do Serviço Nacional e Saúde (SNS).

Mendes Godinho referiu que o Governo português também está a trabalhar na "articulação com as creches" para conseguir que haja um acolhimento integrado, principalmente de mulheres ucranianas com crianças.

Por outro lado, Lisboa preparou "cursos de adaptação e aprendizagem de sensibilização" com a língua portuguesa para os refugiados ucranianos, para que a língua não seja uma "barreira".

A ministra do Trabalho afirmou que os efeitos em Portugal da atual crise ainda não foram sentidos no número de desempregados, tendo o país neste momento uma taxa de desemprego de cerca de 6%, uma percentagem "abaixo da taxa que tínhamos antes da pandemia".

"Não sentimos ainda o efeito do impacto desta crise, mas certamente antecipamos o que podem ser os efeitos e, assim, a necessidade de ter medidas para apoiar o emprego", disse Ana Mendes Godinho.

Apesar das medidas imediatas já adotadas pelo Governo, a ministra do Trabalho portuguesa, assim como Yolanda Díaz (Espanha) e Andrea Orlando (Itália), defendeu "uma resposta comum" europeia para o problema social criado com a invasão da Rússia, assim como aconteceu durante a pandemia de covid-19.

Ana Mendes Godinho explicou que as medidas adotadas em Portugal estão divididas entre as que dão apoio "imediato" aos setores mais afetados pela crise ou pela sua dependência da energia, tais como os transportes, e as que requerem consenso europeu, aguardando pela reunião do Conselho Europeu de 24 e 25 de março em que estas questões serão tratadas.

A responsável governamental insistiu na necessidade de dar uma "resposta eficaz" à crise e apelou para a "coordenação por parte de todos os Estados-membros".

Ana Mendes Godinho participou em Madrid na conferência "10 Anos de Economia Social em Espanha" e numa reunião trilateral com os ministros do Trabalho e Economia Social de Itália e de Espanha.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 726 mortos e mais de 1.170 feridos, incluindo algumas dezenas de crianças, e provocou a fuga de cerca de 4,8 milhões de pessoas, entre as quais três milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

Leia Também: Adecco lança plataforma para facilitar emprego a refugiados ucranianos

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