Anatoli e Anton Tsylepa, pai e filho, esperam chegar a Lviv dentro de três dias e meio para descarregar as 14 mil caixas com produtos alimentares e de higiene, medicamentos, vestuário, material hospitalar e de primeiros socorros.
Nos camiões cedidos pelo grupo Jerónimo Martins vão também alimentação infantil, brinquedos, berços, camas, cadeiras e produtos de higiene para bebés.
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, ao lado da embaixadora da Ucrânia em Portugal, Inna Ohnivets, colocou simbolicamente a última caixa num camião.
Carlos Moedas (PSD) realçou a solidariedade dos lisboetas e sublinhou que Lisboa é uma cidade aberta ao acolhimento de refugiados.
Pelo centro de acolhimento temporário de refugiados de Lisboa já passaram mais de 400 pessoas deslocadas da guerra e hoje são esperadas mais, segundo o autarca.
"Estamos a ajudar aqueles que chegam a encontrar desde o seu número de segurança social ou número de identificação fiscal, e tudo isso está a ser feito para depois encontrarmos soluções, que são temporárias ao princípio, seja o hotel, seja em casa de pessoas - a solidariedade aí também a funcionar", realçou o autarca.
Carlos Moedas precisou que, "neste momento" existem "pontos de encontro para a sociedade civil, aquela que traz pessoas e que vai buscar pessoas à Ucrânia, para poderem, quando chegam, também ter um ponto de encontro".
"E, portanto, esses pontos de encontro ficam em vários sítios da cidade, estamos a organizá-los e ainda hoje sabemos que vão chegar mais pessoas", afirmou.
Carlos Moedas destacou ainda que a Câmara de Lisboa recebeu mais de 3.000 contactos de pessoas que querem ajudar com casas ou ofertas de emprego e está a juntar a oferta com a procura.
Já a embaixadora ucraniana em Lisboa, Inna Ohnivets, agradeceu as parcerias e a solidariedade dos lisboetas e dos portugueses, destacando que agora o que é mais necessário são alimentos não perecíveis e água "para a população civil e para o exército ucraniano que está a lutar contra o exército russo".
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 780 mortos e 1.252 feridos, incluindo algumas dezenas de crianças, e provocou a fuga de cerca de 5,2 milhões de pessoas, entre as quais mais de 3,1 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados das Nações Unidas.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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