A Polícia Judiciária (PJ) deteve, ao início da noite desta segunda-feira, na base naval do Alfeite, três homens portugueses de 21, 22 e 24 anos, suspeitos por "fortes indícios da prática de crimes de homicídio qualificado e ofensa à integridade física qualificada" do homicídio do agente da PSP Fábio Guerra, vítima de agressões, na madrugada de sábado, junto à discoteca MOME.
A informação é confirmada por comunicado da PJ que indica ainda que os detidos serão presentes a primeiro interrogatório judicial, no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa. A investigação mantém-se "com vista à eventual identificação de outros envolvidos e ao cabal esclarecimento dos factos", acrescenta a nota da autoridade.
Foram, no âmbito das detenções, "realizadas buscas domiciliárias e não domiciliárias aos três arguidos, incidindo sobre as suas residências, viaturas e unidade militar", esclarece o comunicado enviado ao Notícias ao Minuto.
Inicialmente a CNN Portugal tinha avançado a detenção de dois homens, fuzileiros, no âmbito da investigação da Polícia Judiciária.
Fábio, de 26 anos, foi gravemente agredido pelas 6h30 da manhã de sábado, quando tentou intervir num desacato perto de uma discoteca, onde estava na companhia de mais três amigos e colegas de trabalho.
Os quatro - que estavam fora de serviço - "imediatamente intervieram [no conflito], como era sua obrigação legal", referiu a PSP, acabando por serem agredidos violentamente por um dos grupos com cerca de 10 pessoas.
A Polícia Judiciária esteve hoje na Escola de Fuzileiros Navais para deter os militares suspeitos do homicídio de um agente da PSP e agressões a outros quatro. Fonte ligada ao processo disse à agência Lusa que agentes da PJ se encontravam em Vale do Zebro, sede da Escola de Fuzileiros Navais, a efetuar diligências com vista à detenção dos militares que se encontravam retidos nas instalações da marinha desde sábado.
O agente acabou por morrer, na manhã desta segunda-feira, no hospital de São José, em Lisboa, onde estava internado. Quanto aos dois fuzileiros, suspeitos do crime, estavam já retidos no Alfeite a aguardar o desenrolar da investigação. Esta noite poderão ficar no estabelecimento prisional anexo à PJ para, entre terça e quarta-feira, serem presentes ao Tribunal de Instrução Criminal .
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou esta segunda-feira que "o agente Fábio Guerra será recordado pela sua abnegação, coragem e dedicação ao serviço do próximo e da segurança pública". Também Francisca Van Dunem, em representação do Ministério da Administração Interna, reagiu à morte do jovem, reconhecendo que este é um "momento de grande dor" e, em nome do Governo, demostrou "sentimento de solidariedade e de genuína condolência face à tragédia que se abateu sobre o seu ente querido".
Este foi um dia marcado por várias reações à morte trágica do agente. A Marinha Portuguesa lamentou "profundamente o falecimento", enquanto que a PSP fez um minuto de silêncio em sua homenagem. O Sporting da Covilhã não deixou de endereçar "as mais sentidas condolências à família e amigos", recordando a sua "presença habitual nas bancadas do Estádio Santos Pinto, casa do Sporting da Covilhã".
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