"Foi um rei, durante a monarquia, que quando se chegou à paz teve um gesto de paz, traduzido na coroação de Nossa Senhora da Conceição, e, volvidos 375 anos, estamos num período de guerra a desejar a paz", afirmou, numa alusão à guerra na Ucrânia.
Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas, em Vila Viçosa, no distrito de Évora, após participar numa procissão e numa missa, no âmbito das comemorações dos 375 anos da proclamação de Nossa Senhora da Conceição como Padroeira de Portugal.
Na missa, segundo o chefe de Estado, foi feito "um apelo de paz" dirigido aos "povos russo e ucraniano" para que "essa paz seja mais rápida possível".
Em Fátima, no distrito de Leiria, na sexta-feira, "houve uma consagração pela paz", disse Marcelo, indicando que as cerimónias de sábado e domingo em Vila Viçosa visam "o mesmo objetivo, ligada à história de Portugal, ao papel do chefe de Estado".
"Há uma junção de três santuários pela paz, o Santuário de Fátima, o mais recente, o do Sameiro, o segundo mais recente, e o mais antigo, que é este de Vila Viçosa", o Santuário de Nossa Senhora da Conceição, realçou.
"E há em comum períodos de guerra e apelos de paz e, neste momento, é isso mesmo, é um período de guerra e vários apelos de paz", acrescentou.
Esta igreja de Vila Viçosa alberga a imagem de Nossa Senhora da Conceição, a quem, em 25 de março de 1646, o rei D. João IV confiou a proteção do Reino, no seguimento da Guerra da Restauração, e proclamou Padroeira de Portugal.
O Presidente da República vai participar, no domingo de manhã, na eucaristia que encerra o ano jubilar, que vai ser presidida pelo bispo de Leiria-Fátima e presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), José Ornelas.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou, entre a população civil, pelo menos 1.081 mortos, incluindo 93 crianças, e 1.707 feridos, entre os quais 120 menores, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, 3,7 milhões das quais para fora do país.
Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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