"Este tipo de agressão, mais uma, é inaceitável e inqualificável e resultado da impunidade crescente, da falta de respeito pelas forças de segurança", disse à agência Lusa o coordenador da zona sul da APG/GNR, António Barreira.
O responsável reagia ao caso de dois militares da GNR que foram agredidos, na segunda-feira, por quatro homens, que acabaram por ser detidos, durante uma fiscalização, na vila alentejana de Cuba, no distrito de Beja.
Segundo António Barreira, "cada vez que um elemento policial é agredido é Portugal que é agredido, é o Estado de Direito que é agredido".
"Questiono o Presidente da República, o primeiro-ministro e todos os deputados que irão tomar posse hoje na Assembleia da República que digam ao país, de uma vez por todas, que tipo de forças de segurança querem no desempenho das suas funções para Portugal", exortou.
O responsável defendeu que os órgãos de soberania devem dizer "se querem este tipo de situações em que a impunidade reina ou se querem corrigir a tempo".
António Barreira indicou ainda que a APG/GNR irá emitir um comunicado sobre o caso depois de conhecer as medidas de coação que vierem a ser aplicadas pelo Tribunal de Cuba aos suspeitos das agressões.
Segundo disse à Lusa fonte do Comando Territorial de Beja da GNR, a agressão aos militares ocorreu cerca das 19:15 de segunda-feira, durante uma ação de fiscalização ao veículo em que seguiam os quatro homens, efetuada na sequência de uma denúncia de que o condutor estaria alcoolizado.
"A viatura foi localizada e intercetada por dois militares de uma patrulha do Posto Territorial de Cuba da GNR, e, durante a abordagem, os quatro homens efetuaram agressões à patrulha", explicou.
Segundo a fonte, a patrulha "abordou a viatura para fiscalizar o condutor, que, ao início, mostrou-se colaborante", mas ficou "um pouco exaltado" depois de ter feito um teste de despiste de alcoolemia, no qual acusou uma taxa de álcool no sangue "elevada".
Depois, "quando lhe foi pedido para fazer um segundo teste", para saber "o valor exato" da taxa de álcool no sangue, o condutor "resistiu". Foi, então, que os quatro ocupantes da viatura agrediram os militares da Guarda.
Quando a patrulha comunicou que estava a ser agredida, a GNR enviou outros militares em auxílio e os quatro homens suspeitos das agressões acabaram por ser detidos, disse.
Os dois militares agredidos sofreram "ferimentos ligeiros, pequenas escoriações", e foram transportados pelos Bombeiros Voluntários de Cuba para o hospital de Beja, onde receberam assistência médica e já tiveram alta.
Já os quatro suspeitos das agressões, com idades entre os 19 e 41 anos, foram detidos e deverão ser presentes hoje à tarde ao Tribunal Judicial de Cuba, para primeiro interrogatório e eventual aplicação de medidas de coação.
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