Ex-PGR Lucília Gago condecorada por Marcelo em Belém

A cerimónia aconteceu no Palácio de Belém, em Lisboa.

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Notícias ao Minuto
15/01/2025 23:32 ‧ há 2 horas por Notícias ao Minuto

País

Lucília Gago

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, condecorou, esta quarta-feira, a ex-Procuradora-geral da República Lucília Gago com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo, anunciou a Presidência da República através de uma nota no site oficial.

 

A cerimónia decorreu no Palácio de Belém, em Lisboa.

Na cerimónia de posse de Amadeu Guerra, em outubro, o Presidente da República agradeceu à Procuradora-geral da República cessante os seus seis anos de serviço, reconhecendo que foram "mais de agruras e incompreensões" do que de bonança e salientando que exerceu o cargo num "contexto nada propício".

Num breve discurso, o chefe de Estado recordou que, há seis anos, Lucília Gago sucedeu a Joana Marques Vidal "em condições particularmente difíceis, nomeadamente um juízo coletivo muito crítico quanto ao tempo da Justiça, ainda mais crítico na justiça penal complexa, internacionalizada, envolvendo poderes políticos, administrativos, económicos e sociais".

Tudo isso, prosseguiu, "enquadrado por um debate público que antecipa a formulação de julgamentos como consequência certa ou errada da lentidão, tantas vezes injustificada, da máquina da Justiça".

Marcelo acrescentou ainda que, entre os desafios dos últimos anos, houve "a explicitação de um debate, até há poucos anos subliminar, quanto a graus de autonomia externa e interna, e hierarquia, e a sua efetivação no dia-a-dia das pessoas e das instituições", assim como uma "recorrente dificuldade de encontrar fórmulas de comunicação com a sociedade".

Apesar de salientar os seis anos "mais de agruras" do que de bonança, Marcelo Rebelo de Sousa disse a Lucília Gago que lhe "sirva de consolação que muitos outros, na vida cívica, em momentos vários, sofreram idênticas ou mais onerosas penas ou preocupações".

O final de mandato de Lucília Gago ficou marcado pela divulgação da Operação Influencer, através de um comunicado cujo último parágrafo informava que o então primeiro-ministro era também visado na investigação e levou à queda do Governo, a uma crise política e eleições antecipadas, motivando críticas à atuação do Ministério Público, acusado de uma atuação politizada num caso em que António Costa não foi até ao momento constituído arguido.

A Operação Influencer levou no dia 7 de novembro de 2023 às detenções do chefe de gabinete de António Costa, Vítor Escária, do advogado e consultor Diogo Lacerda Machado, dos administradores da empresa Start Campus Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, e do presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas. São ainda arguidos o ex-ministro das Infraestruturas João Galamba, o ex-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta, o advogado João Tiago Silveira e a Start Campus.

O processo foi entretanto separado em três inquéritos, relacionados com a construção de um centro de dados na zona industrial e logística de Sines pela sociedade Start Campus, a exploração de lítio em Montalegre e de Boticas (ambos distrito de Vila Real), e a produção de energia a partir de hidrogénio em Sines.

Leia Também: De Marcelo a Lucília Gago. As frases que marcaram o país em 2024

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