Jovem que baleou mãe do filho em Águeda diz que "não foi intencionado"

Um homem, de 24 anos, confessou hoje no Tribunal de Aveiro ter alvejado a companheira, de 22 anos, em Águeda, por desconfiança de que ela o andava a trair, mas disse que não tinha intenções de lhe fazer mal.

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Lusa
23/04/2025 12:43 ‧ há 4 horas por Lusa

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Águeda

"Eu não queria fazer mal a ela. Só queria saber a verdade, com quem é que ela tinha estado", disse o arguido, no início do julgamento.

 

O arguido, que está em prisão preventiva, está acusado de homicídio qualificado na forma tentada, violência doméstica e detenção de arma proibida.

O suspeito referiu que o crime ocorreu após a companheira, com quem tem um filho com cerca de 2 anos, ter admitido que o tinha traído. "Comecei a descobrir várias mentiras e foi quando comecei a não saber lidar com a situação", disse, adiantando que começou a consumir drogas e andava de cabeça perdida.

Mulher alvejada no pescoço em Águeda em circunstâncias ainda por explicar

Mulher alvejada no pescoço em Águeda em circunstâncias ainda por explicar

Uma mulher, de 21 anos, foi hoje alvejada no pescoço em Águeda, no distrito de Aveiro, em circunstâncias ainda por explicar, informou fonte da GNR.

Lusa | 16:30 - 19/07/2024

O arguido contou que no dia 19 de julho de 2024 deslocou-se à residência da vítima munido com uma arma, que tinha adquirido ilegalmente, para a ameaçar para ela lhe dizer com quem é que o tinha traído.

"Eu estava nervoso a apontar-lhe a pistola e aquela porcaria acabou por disparar", afirmou.

Apesar de a acusação referir que foram efetuads dois disparos, o arguido disse que só se lembra de ter havido um disparo.

"Só me lembro de ver um, mas disseram-me que foram dois. Eu não tenho muita noção desse acontecimento", referiu, adiantando que ficou a pensar que a companheira tinha falecido.

O arguido contou ainda que depois foi até à casa de banho para ir buscar o filho, que se encontrava sozinho na banheira, e quando regressou ao quarto encontrou a companheira de pé "a sangrar bastante do pescoço".

Em seguida, levou a vítima para o carro e transportou-a para o hospital de Aveiro, onde a rapariga deu entrada com lesões na zona da face por agressões a murro e disparo com arma de fogo.

O arguido referiu ainda que deitou a pistola no caixote de lixo da casa de banho pública do hospital, acabando, mais tarde, por indicar o local onde a arma se encontrava aos inspetores da Polícia Judiciária.

"Apesar de não ser intencionado, acabei por cometer um crime e tenho de pagar por isso", concluiu o arguido, pedindo perdão à mãe do filho, ao filho, à família dela e à sua família.

O arguido admitiu ainda que antes destes factos havia discussões no seio do casal, mas negou as agressões à companheira.

Durante a sessão, o coletivo de juízes também ouviu a vítima, que pediu para prestar declarações sem a presença do arguido na sala de audiências.

A rapariga contou que estava a dar banho ao filho quando o arguido tocou à campainha e, ao abrir a porta, deparou-se com aquele a apontar-lhe uma arma, tendo ido para o quarto para se refugiar e deitado na cama, protegendo-se com umas almofadas.

Referiu ainda que o arguido lhe deu bofetadas e murros e ficou cerca de um minuto ou dois a olhar para ela, com a arma a cerca de 10 centímetros da sua cara, "a ver para onde é que ia atirar".

A vítima, que esteve internada meio ano, continuando a ser seguida em psiquiatria, diz que temeu pela vida e, atualmente, tem medo de sair à rua sozinha.

Segundo a acusação do Ministério Público (MP), os factos ocorreram no dia 19 de julho de 2024, quando o arguido se dirigiu à residência da vítima em Águeda, com o pretexto de ir visitar o filho.

Uma vez no interior, o arguido terá empunhado a arma que trazia consigo, efetuando dois disparos na direção da vítima, sendo que, "pelo menos, um deles foi efetuado na direção da cabeça, vindo a atingi-la na região inframandibular".

A acusação refere ainda que, no período compreendido entre os dias 11 e 19 de julho de 2024, o arguido injuriou e ameaçou a vítima, desferiu-lhe duas bofetadas e cuspiu-lhe igualmente na face.

O MP requereu o arbitramento de uma indemnização à vítima.

Leia Também: Líder do PS/Braga demite-se depois de notícias sobre violência doméstica

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