A Estratégia de Combate à Pobreza foi aprovada com os votos favoráveis do movimento independente e PS, a abstenção do PSD e CDU e o voto contra do BE.
Pelo BE, o vereador Sérgio Aires criticou o documento e lamentou que o município tenha perdido "uma oportunidade".
"As propostas não diferem do que já é feito", considerou Sérgio Aires, defendendo que a participação "é o elo mais fraco" da estratégia, documento que "recusa em fazer face" à pobreza.
Criticando as "lições de moral" do Bloco de Esquerda, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, defendeu que a estratégia dependente "da capacidade de redistribuir riqueza e da rede social que complementa o papel do Estado".
Também Joana Rodrigues, da CDU, defendeu que o documento "apresenta algumas fragilidades", como a falta de metas quantitativas e de participação da sociedade.
"Tem fragilidades que podem comprometer a sua eficácia, falta de metas concretas e articulação institucional", refere, acrescentando que o documento precisa de "maior clareza" e "compromisso financeiro estruturado".
Pelo PSD, Mariana Ferreira Macedo considerou que a estratégia é "um pontapé de saída", ainda que o partido não se reveja no documento.
"Não nos revemos integralmente e não entendemos ser o momento", referiu.
A socialista Rosário Gamboa considerou que "é caminhando que se faz o caminho" de combate à pobreza.
O BE viu hoje rejeitada a sua recomendação para que a estratégia de combate à pobreza fosse submetida a consulta pública, assim como a recomendação para que o programa Porto Solidário fosse reformulado e que não seja contabilizado no cálculo de rendimentos dos beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI).
A Estratégia Municipal de Combate à Pobreza para 2025-2030 assenta em cinco eixos de atuação, nomeadamente, "reduzir a pobreza entre crianças, jovens e suas famílias, assegurar oportunidades de crescimento e inclusão, promover o emprego e a qualificação, garantir acesso a direitos e serviços essenciais e fomentar o fortalecimento de dinâmicas comunitárias e a sustentabilidade das intervenções sociais".
O município do Porto aprovou, no início de 2024, com a abstenção do movimento independente Rui Moreira: Aqui Há Porto e do PSD, a elaboração da estratégia municipal de combate à pobreza, proposta pelo BE.
À data, numa declaração de voto do vereador Fernando Paulo a que a Lusa teve acesso, o responsável destacou que o município tem vindo a "implementar diversas medidas e programas com o objetivo de prevenir e erradicar a pobreza", em articulação com as 315 entidades que compõem a Rede Social do Porto.
"Depois de aprovado e apresentado pelo Governo, há cerca de três meses, o Plano de Ação da Estratégia Nacional de Combate à Pobreza, o departamento municipal de Coesão Social iniciou os trabalhos para a elaboração da Estratégia Local Integrada de Combate à Pobreza e à Exclusão Social", refere o autarca do movimento independente.
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