O Ministério da Administração Interna (MAI) agradeceu publicamente ao tenente-general Botelho Miguel, que se demitiu da direção do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), pela sua “dedicação” e “profissionalismo”.
"O Ministério da Administração Interna agradece ao Tenente-General Botelho Miguel a dedicação e o profissionalismo com que exerceu as suas funções, com particular destaque para as últimas semanas, em que foi necessário responder com enorme rapidez ao fluxo de pessoas deslocadas em virtude da guerra na Ucrânia, em que o empenhamento e mobilização do SEF se revelaram centrais", lê-se num comunicado divulgado, esta terça-feira, pela tutela.
No mesmo comunicado, o MAI confirma que o tenente-general Luís Botelho Miguel "cessou, a seu pedido e por razões de ordem pessoal, as funções que vinha exercendo" na direção nacional do SEF, não especificando, contudo, os motivos que levaram o militar a abandonar o cargo.
Além disso, é revelado que o pedido de demissão, que ficou conhecido num despacho hoje publicado em Diário da República, já tinha sido feito a Eduardo Cabrita.
"A decisão sobre o pedido, que foi formalizado ao então ministro da Administração Interna Eduardo Cabrita, foi adiada para o final do mandato do Governo, a pedido da Ministra Francisca Van Dunem, que lhe sucedeu no cargo em dezembro do ano passado", informa o MAI.
Recorde-se que Luís Botelho Miguel assumiu a liderança do SEF em dezembro de 2020, após a demissão de Cristina Gatões na sequência do homicídio de Ihor Homeniuk, cidadão ucraniano que morreu à guarda do SEF.
É de realçar que a extinção do SEF deveria ter ocorrido a 11 de janeiro. No entanto, um projeto de lei do PS adiou por mais seis meses este processo devido à pandemia.
Quando assumiu o cargo, Botelho Miguel tinha como principal missão concretizar esta extinção.
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