O Ministério Público do Porto deduziu acusação contra 18 arguidos por tráfico de droga, associação criminosa e posse de arma proibida.

De acordo com a Procuradoria-Geral Distrital do Porto - que divulgou esta terça-feira a dedução da acusação, o crime é agravado a três dos arguidos "por se tratar de aquisições de estupefacientes destinadas a um grande número de pessoas e para obtenção de elevadas quantias monetárias".

A dezasseis desses arguidos é imputado  o crime de associação criminosa, e a seis o crime de detenção de arma proibida.
 
Entre junho de 2020 e maio de 2021, três dos arguidos, agindo conjuntamente, dedicaram-se à compra, detenção, venda, distribuição, transporte e cedência, de heroína, cocaína e canábis. A droga era comprada predominantemente em Espanha, em particular na ilha Cristina ou em Punta Umbria, e distribuído na cidade do Porto, mais concretamente, no bairro de Francos.
 
Nesse período os três cabecilhas realizaram, pelo menos, 40 viagens para compra de estupefaciente, em quantidades médias de 20 kg de canábis de cada vez.

"Na atividade criminosa liderada por esses três arguidos, cabia-lhes os contatos com fornecedores, acertando as quantidades e preços do estupefaciente e com clientes (revendedores) bem como, a distribuição de tarefas e controlo das atividades dos demais arguidos", pode ler-se na acusação. Um desses arguidos, inclusive, alterou a sua residência para o Algarve para agilizar as operações de aquisição e transporte da canábis desde Espanha até ao Porto.

Aos restantes arguidos - que assumiam tarefas distintas entre si - competia-lhes "assegurar o acompanhamento, vigilância e segurança do transporte do estupefaciente, a organização da logística associada às viagens, as tarefas de armazenamento e doseamento do estupefaciente e a distribuição do estupefaciente por outros revendedores ou diretamente a consumidores", pode ler-se.
 
Os arguidos recorriam, essencialmente, a veículos alugados nas suas deslocações para o transporte da droga e recorriam ao arrendamento de vários espaços para armazenamento.
 
Com esta atividade criminosa, os arguidos comercializaram estupefaciente no valor global de 5,4 milhões de euros.

Foi apreendido - para além de quantias monetárias - diversos veículos e instrumentos usados na atividade criminosa, mais de 37 kg de canábis, bem como cocaína e heroína destinados à venda a terceiros. Foram ainda encontradas, na posse de alguns dos arguidos, várias armas de fogo, carregadores e munições.

Dez dos arguidos acusados encontram-se sujeitos à medida de coação de prisão preventiva.

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