"No setor da cultura, foram dados passos significativos, nomeadamente com a criação da plataforma 'Portugal for Ukraine' e isso vai repercutir-se em vários domínios culturais, com iniciativas quer de privados quer de públicos, e também no setor dos media, no qual há vários órgãos de comunicação social portugueses já com emissões e edições em ucraniano, aproximando a comunidade às notícias do seu país", disse Pedro Adão e Silva.
Falando à entrada para o Conselho de Educação, Juventude, Cultura e Desporto, que junta no Luxemburgo ministros destas tutelas e hoje dedicado à área cultural, o governante português acrescentou tratar-se de uma reunião "muito relevante" para "analisar aqueles que foram os passos dados nos últimos tempos, desde o início da guerra da Ucrânia, no setor da cultura".
"Este é um tema particularmente significativo para Portugal porque temos uma comunidade ucraniana imigrante muito grande, que quase duplicou no último mês", destacou o novo ministro da Cultura, que se estreia hoje num Conselho de ministros da UE.
Pedro Adão e Silva frisou ainda que "o Governo português agiu de forma rápida, facilitando o acesso ao número de contribuinte, número de cartão de cidadão e também à saúde para todos os refugiados ucranianos".
Neste Conselho de ministros da Cultura da UE, uma das questões em cima da mesa é como proteger o setor cultural ucraniano e os seus intervenientes, numa altura em que o conflito armado na Ucrânia provocado pela invasão russa coloca em perigo o património cultural, nomeadamente em centros urbanos.
Os ministros europeus trocarão pontos de vista sobre as medidas já adotadas ao nível dos Estados-membros e da UE para apoiar o setor cultural ucraniano.
Na terça-feira, este Conselho será focado área da Educação e Juventude.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.325 civis, incluindo 120 crianças, e feriu 2.017, entre os quais 168 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 4,1 milhões de refugiados em países vizinhos e cerca de 6,5 milhões de deslocados internos.
A ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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