Segundo o comandante do Comando Territorial da GNR da Guarda, coronel Cunha Rasteiro, os artigos hoje distribuídos foram aprendidos por aquela força policial no decorrer da sua atividade operacional e, por decisão judicial, foram declarados perdidos a favor do Estado.
Na sequência da decisão, em vez da destruição, a GNR voltou a optar por distribuir os artigos de vestuário (camisolas, bonés, pijamas, robes, luvas, cachecóis e gorros de criança), calçado (chinelos e sapatilhas), jogos, material escolar (lápis de cor e mochilas) e relógios, por três instituições sociais do distrito da Guarda e pelo Gabinete de Crise Para Apoio aos Refugiados (criado pela Câmara Municipal da Guarda para acolher ucranianos).
Segundo Cunha Rasteiro, após decisão dos tribunais e por proposta da GNR, os artigos apreendidos foram entregues a instituições "que os recebem de braços abertos", porque "vão ao encontro das necessidades que as pessoas que apoiam sentem" em momentos "tão difíceis" como a situação de pandemia e a guerra na Ucrânia.
A GNR prevê, em breve, proceder à distribuição de "mais algumas centenas de artigos" a outras instituições sociais do distrito da Guarda.
A ação solidária contemplou a Aldeia SOS (Guarda), o Centro de Acolhimento de Crianças em Risco -- Solar do Mimo (São Romão, Seia), a AFACIDADE - Associação de Familiares e Amigos do Cidadão Com Dificuldades de Adaptação da Serra da Estrela (Manteigas) e o Gabinete de Crise para Apoio aos Refugiados (Guarda).
O presidente da Câmara Municipal da Guarda, Sérgio Costa, valorizou o gesto da GNR por contribuir para que sejam dadas "algumas condições" aos refugiados que se encontram no concelho e para que eles se possam sentir felizes no território que os acolhe.
"Ficamos muito gratos, em nome da Câmara Municipal, em nome dos refugiados, por mais esta dádiva e por mais este bom contributo" da GNR, referiu.
O autarca disse que "todos os apoios são bem-vindos, este também, porque as pessoas necessitam de bens alimentares, de vestuário, de mochilas...".
"A comunidade guardense tem sido uma comunidade exemplar em tantas dádivas que tem dado para os refugiados que aqui estão, mas também para as dezenas de camiões que já seguiram de toda a região, rumo à Polónia e à Ucrânia, para prestar ajuda humanitária", declarou.
Sérgio Costa adiantou que o Gabinete de Crise para Apoio aos Refugiados está a apoiar cerca de 100 pessoas (nas instalações do Centro Apostólico) e o município está disponível para acolher mais.
Alguns dos refugiados também estão em casas de particulares, há casos em que estão empregados e a conseguir alugar casas, indicou.
O Centro de Acolhimento de Crianças em Risco - Solar do Mimo (São Romão, Seia) também foi contemplado com o apoio da GNR e ajuda atualmente 24 pessoas (utentes dos 06 aos 23 anos), incluindo duas famílias de refugiados.
"Vai dar-nos imenso jeito, como tem dado até agora. É muito gratificante. Vamos distribuir [os artigos recebidos] pelos nossos [utentes] da instituição e pelas famílias que acolhemos há pouco tempo", explicou a psicóloga Ana Felizardo.
Desde 2011 que a GNR da Guarda distribui, pela Páscoa e pelo Natal, artigos que foram aprendidos em ações de fiscalização.
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