Em declarações no Palácio de Belém, em Lisboa, após assistir à condecoração do seu antecessor, Eduardo Ferro Rodrigues, o presidente da Assembleia da República escusou-se a comentar a ausência do PCP na sessão solene de boas-vindas ao Presidente da Ucrânia.
"Eu creio que a sessão valeu por si e a forma como decorreu demonstrou que foi muito mas mesmo muito importante nós termos decidido fazê-la", disse.
Sobre a intervenção que Volodymyr Zelensky fez perante o parlamento português, por videoconferência, Augusto Santos Silva destacou "os agradecimentos" que dirigiu a Portugal, que no seu entender foram "muito vivos e sinceros".
Segundo o presidente da Assembleia da República, Zelensky está "bem consciente do esforço" que Portugal está a fazer "designadamente no acolhimento de cidadãos refugiados que necessitam de proteção humanitária".
O chefe de Estado da Ucrânia "sabe da clareza da posição portuguesa, que não tem nenhuma espécie de ambiguidade nem teve nenhuma espécie de hesitação" sobre a Ucrânia, acrescentou o ex-ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros.
Santos Silva salientou ainda o pedido do Presidente ucraniano a Portugal para que continue "a intervir em favor da Ucrânia, designadamente nos dois espaços multilaterais em que mais nos movimentamos, a saber, a União Europeia, de um lado, e a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) do outro".
A sessão solene de boas-vindas ao Presidente da Ucrânia foi proposta pela deputada única do PAN, Inês de Sousa Real, e aprovada com o apoio de todos os partidos exceto o PCP, que se opôs à sua realização e faltou à sessão.
O presidente da Assembleia da República realçou que, embora partisse de "um pequeno grupo parlamentar", o PAN, "como era uma proposta justa e adequada, foi aprovada por quase todos".
"Portanto, nem sempre é preciso ter maioria para fazer valer as propostas boas que se apresentem", observou Santos Silva.
A Federação Russa lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia com invasão por forças terrestres e bombardeamentos.
Esta ofensiva militar já matou mais de dois mil civis e causou a fuga de mais de 5 milhões de pessoas para fora da Ucrânia, segundo dados da ONU.
A Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou em 02 de março uma resolução a condenar a agressão russa contra a Ucrânia e apelar a um cessar-fogo efetivo e imediato, com 141 votos a favor, incluindo de Portugal, cinco votos contra e 35 abstenções.
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