Em Braga, no encerramento do VI Congresso dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco defendeu a necessidade de se trilhar "um caminho conjunto que termine com algumas injustiças" para com aqueles profissionais.
"Há passos que podem ser dados desde já. Podemos começar pela devolução dos pontos para a progressão na carreira. Podemos avançar no sentido da redução da idade da reforma. Podemos, de uma vez por todas, assumir que a enfermagem merece ser reconhecida como profissão de risco e desgaste rápido", referiu.
Para a bastonária, é também imperioso aprovar o internato da especialidade, "porque os cuidados especializados são um investimento, não são nenhum custo".
"Os cuidados especializados permitem, por exemplo, poupanças anuais de cerca de 65 milhões de euros só na redução da taxa de infeções hospitalares. Permitem uma redução no número de dias de internamento e na taxa de reinternamentos", lembrou.
Ana Rita Cavaco disse que estas são "questões fundamentais para quem tem como competência zelar pela dignidade da profissão.
"E é por isso que a Ordem está disponível para ajudar a aproximar sindicatos e Governo, derrubar barreiras e contribuir para que se comece um tempo novo na Saúde em Portugal", acrescentou.
A cerimónia ficou ainda marcada pela atribuição do prémio de "Enfermeiro do Ano" a Virgínia Azevedo, que enfrentou um grupo de cerca de 10 pessoas que invadiu as urgências do Hospital de Famalicão em 22 de fevereiro.
Nessa ocasião, Virgínia Azevedo, de 62 anos, saiu em defesa de um outro enfermeiro que estava a ser agredido pelo grupo invasor.
Os dois acabaram por sofrer ferimentos graves.
"Só fiz isto porque sou enfermeira", referiu Virgínia Azevedo, após receber o prémio.
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