Setúbal? "A primeira vez que soube foi através da comunicação social"
Marcelo Rebelo de Sousa comentou o esclarecimento que foi publicado, esta quinta-feira, numa nota no site da Presidência da República, sobre a situação de Setúbal.
© Miguel Figueiredo Lopes/Presidência da República
Questionado pelos jornalistas, esta quinta-feira, o Presidente da República afirmou que "a primeira vez que soube deste caso foi através da comunicação social", referindo-se às intervenções estrangeiras em associações ou estruturas de acolhimento a refugiados, nomeadamente em Setúbal - caso que tem levantado polémica nas últimas semanas.
O chefe de Estado adiantou, ainda, que "depois da comunicação social ter falado sobre o que aconteceu em Setúbal, nós tivemos confirmação daquilo que a comunicação social falava", não tendo recebido "qualquer informação adicional".
"Apuramos que não chegou nada à Presidência da República sobre questões, como se dizia que já havia há muito tempo, de presenças e influências de terceiros estados em Associações", respondeu Marcelo Rebelo de Sousa quando questionado sobre o que tinha sido apurado até ao momento.
Confirmou, ainda, que qualquer informação obtida pela Presidência da República "chegou depois da comunicação social ter dito".
Recorde-se, também, que ontem, o primeiro-ministro, António Costa, afirmou estar obrigado ao dever de segredo sobre as atividades dos serviços de informação e reconheceu estar incomodado com o clima de "espécie de caça às bruxas" relativamente a cidadãos russos que vivem em Portugal.
Na altura, o governante salientou que é preciso deixar as "instituições atuar, aguardar pelas conclusões e não se precipitarem conclusões", referindo-se aos relatórios que estão a ser feitos pela Comissão Nacional de Proteção de Dados e pela Inspeção-Geral de Finanças.
Este caso refere-se às notícias que foram publicadas sobre Igor Khashin, dirigente pró-Kremlin da Associação de Emigrantes de Leste (Edintsvo), agora liderada pela sua mulher Yulia Khashina - funcionária da Câmara de Setúbal desde dezembro -, que participava na receção dos refugiados ucranianos naquela cidade.
Depois de ter noticiado o caso, o semanário Expresso reproduziu declarações de alguns refugiados acolhidos em Setúbal, que confirmaram a presença Khashin no local "com computador pessoal e a perguntar dados das pessoas", acrescentando que chegou a fotocopiar documentos.
Entretanto, o Governo ordenou uma investigação ao município de Setúbal pela Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) e uma sindicância a realizar pela Inspeção-Geral de Finanças, face às denúncias de alegadas irregularidades no acolhimento de refugiados ucranianos.
A Câmara de Setúbal, presidida pelo comunista André Martins, anunciou que tinha sido oficialmente informada do início das diligências para apurar eventuais falhas na receção de refugiados ucranianos, tendo o presidente da autarquia apelado, na sessão pública de câmara, a que se evite falar do assunto publicamente.
[Notícia atualizada às 13h25]
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