"Passaram uns anos e o projeto está a caminhar, vai caminhar mais, vai ser mais ambicioso. Queremos ter mais professores e mais escolas e formar mais professores e formadores timorenses", declarou Marcelo Rebelo de Sousa, em Díli.
O chefe de Estado português falava perante o seu homólogo timorense, José Ramos-Horta, num encontro com portugueses residentes em Timor-Leste, entre os quais destacou a presença de "200 professoras e professores que todos os dias em todos os pontos do território de Timor estão a trabalhar pela sua pátria".
"E saibam, caríssimas e caríssimos compatriotas, que a ideia foi do Presidente Ramos-Horta. O projeto CAFE começou por ser uma ideia dele, há muitos anos", referiu.
Marcelo Rebelo de Sousa acrescentou que o atual ministro português dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, que o acompanhou nesta visita, também teve intervenção na criação deste projeto educativo, quando era secretário de Estado.
"Contra o que é natural, o Presidente teve uma ideia e o governante português executou logo a ideia. Podiam ter hesitado, um ou outro, mas não, deu certo", salientou.
Por sua vez, José Ramos-Horta disse que alguns dos professores portugueses em Timor-Leste, sobretudo os do CAFE, ensinam "em municípios bem distantes de Díli", incluindo em "lugares ainda muito isolados" em termos de ligações rodoviárias.
"Esses professores merecem muito mais apoio, muito mais carinho de todos nós, do Governo português e do Estado timorense -- sobretudo nosso, que somos os anfitriões desses missionários da educação que vieram de tão longe e estão nalguns lugares muito distantes", considerou.
Depois, Ramos-Horta enquadrou o seu papel e o de Marcelo Rebelo de Sousa nesta matéria enquanto chefes de Estado: "Temos um mandato e intervenção limitado a decisões que pertencem aos respetivos governos e aos respetivos parlamentos. Nós somos os porta-vozes dos anseios, das aspirações, do que sentimos que é prioridade nacional para falarmos aos respetivos governantes".
O projeto CAFE tem como objetivos a formação de professores timorenses e o ensino da língua portuguesa através de um protocolo de cooperação bilateral, atualmente com mais de 300 professores, de Portugal e de Timor-Leste, em 13 escolas.
Marcelo Rebelo de Sousa visitou a escola de Díli na quinta-feira.
O chefe de Estado português deslocou-se a Timor-Leste especialmente para as cerimónias oficiais de posse do novo Presidente timorense, José Ramos-Horta, na quinta-feira, e dos 20 anos da restauração da independência, na sexta-feira, nas quais representou o Estado português e as instituições europeias.
O programa desta sua primeira visita oficial à República Democrática de Timor-Leste, centrada na capital, Díli, termina hoje e o chefe de Estado regressa a Lisboa no domingo.
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