Contratação de médicos? "Há um concurso a ser aberto esta semana"

Declaração de Marta Temido não permitia perguntas por parte dos jornalistas.

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Marta Amorim com Lusa
13/06/2022 20:37 ‧ 13/06/2022 por Marta Amorim com Lusa

País

SNS

A ministra da Saúde, Marta Temido, reuniu com os sindicatos e reunirá ainda com a Ordem dos Médicos, na sequência do encerramento das urgências de Ginecologia e Obstetrícia em alguns hospitais na região de Lisboa.

Em declarações aos jornalistas, Marta Temido anunciou um plano de contingência para o verão “com um funcionamento mais articulado e antecipado e organizado das urgências em rede do Serviço Nacional de Saúde”.

Plano terá "precaução de questões remuneratórias associadas", "apoio a quem está no terreno" e "monitorização dos indicadores de saúde materna".

Sobre a contratação de médicos diz que "há um concurso de recém-especialistas a ser aberto esta semana", mas que não é possível contratar "tantos" quanto gostariam. 

A ministra reconheceu que o problema do encerramento das urgências de obstetrícia se intensificou nos últimos dias, e que esse não é "um problema de hoje", que se prende com as escalas de urgência nas especialidades de ginecologia e obstetrícia, e que tem acontecido no passado e em momentos específicos, como no Natal.

O Governo, prosseguiu, vai também "olhar para a formação de recursos na área da ginecologia e obstetrícia". "Nesta primeira época teremos formados só mais 28 especialistas", referiu.

"Sabemos que estes constragimentos e problemas - não sendo de hoje - estão agora numa fase mais aguda porque depois de dois anos de pandemia e de um conjunto de medidas que pretendíamos ter implementado e não foi possível fazê-lo. Tudo faremos para que se evitem situações como aquelas que vivemos nos últimos dias em termos de perturbação da tranquilidade social em relação ao serviço do SNS", disse. 

Temido frisou que SNS respondeu a picos da pandemia e que será agora capaz de se "reorganizar".  A ministra da Saúde ressalvou que as reuniões continuarão esta noite. 

Na sexta-feira, a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo alertou para constrangimentos no funcionamento dos serviços de obstetrícia e ginecologia, até hoje, em vários hospitais na região de Lisboa.

Nesse dia, foi noticiado o caso de uma grávida que perdeu o bebé alegadamente por falta de obstetras no hospital das Caldas da Rainha, o que levou o Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Oeste a abrir um inquérito e a participar a situação participando à Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS).

Questionado na altura pela agência Lusa sobre o caso, o Ministério da Saúde admitiu que houve "constrangimentos na escala de ginecologia obstetrícia, impossíveis de suprir" e que, por isso, a urgência do Centro Hospitalar do Oeste estava "desviada para outros pontos" da rede do Serviço Nacional de Saúde".

"Tendo em vista o apuramento de toda e qualquer responsabilidade", o ministério disse que instaurado um inquérito aos factos pela IGAS, adiantando que os resultados do inquérito serão tornados públicos.

A ARSLVT referiu hoje que, até ao final do dia de hoje, "haverá períodos em que alguns hospitais estarão a funcionar com limitações, ou seja, a desviar a sua urgência externa de Obstetrícia/Ginecologia para outras unidades da Região, que assegurarão a resposta do SNS [Serviço Nacional de Saúde]".

Entre 10 e 12 de junho foram efetuados 192 partos nas 13 maternidades da região, adianta, apelando "à compreensão dos utentes" e lamentando, desde já, o constrangimento que, apesar de todos os meios disponibilizados, disse não ter sido possível ultrapassar.

[Notícia atualizada às 21h15]

Leia Também: Costa diz que Governo está a trabalhar para resolver problemas do SNS


  

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