Quantas vagas acabariam com défice em ginecologia e obstetrícia?

A Ordem dos Médicos estima que seja preciso abrir uma média anual de 43 vagas de ginecologia e obstetrícia nos próximos 10 anos para compensar o défice de vagas registadas até 2018.

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Lusa
15/06/2022 18:00 ‧ 15/06/2022 por Lusa

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Para manter os serviços equilibrados, seria necessário abrir 29 vagas/ano em ginecologia e obstetrícia, segundo os dados divulgados pela Ordem dos Médicos (OM) na semana em que várias urgências desta especialidade encerraram por falta de meios.

Estas estimativas, segundo a OM, estão sujeitas "a majoração ou minoração de 20% de acordo com a complexidade dos serviços" e os valores estão igualmente sujeitos a correções tendo em conta eventuais picos de saída de especialistas.

Depois de diversos serviços de ginecologia e obstetrícia terem sido obrigados a encerrar por falta de profissionais, a ministra da Saúde anunciou na segunda-feira um plano de contingência a aplicar entre junho e setembro para procurar resolver a falta de médicos.

Segundo os dados da Ordem dos Médicos, dos 1.871 ginecologistas inscritos, mais de metade estão a trabalhar no privado (897 no serviço público).

Em declarações à Lusa, o presidente do Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos, Alexandre Valentim Lourenço, sublinhou a necessidade de mais autonomia e rapidez no processo de contratação no serviço público, além de melhores condições remuneratórias para conseguir fixar especialistas no Serviço Nacional de Saúde.

"Não podemos estar sempre a pedir autorização para substituir pessoas que faltam ... uma grávida, uma baixa, uma reforma, não conseguimos substituir imediatamente... As instituições têm de ter autonomia para contratar", disse.

Nesse sentido, sustentou, "cada hospital devia poder abrir o seu concurso quando precisa" e os concursos deviam abrir regularmente, sublinhando: "todos os concursos da carreira, porque um concurso para assistente graduado sénior às vezes demora 10 anos para abrir e três ou quatro anos para resolver".

Outra das medidas urgentes, segundo o responsável da Ordem dos Médicos, é fazer com que as formas remuneratórias das horas extra sejam semelhantes às que os hospitais públicos já praticam com as empresas tarefeiras e outras privadas.

"Se fizermos isto, evitávamos que os 50 ginecologistas, mais os 90 pediatras, mais os 90 anestesistas que nós formamos todos os anos passados três meses estivessem nas instituições privadas ou fora do sistema", acrescentou.

Os números divulgados pela Ordem são ainda conta de que 46% dos ginecologistas têm 55 anos ou mais, ou seja, não estão obrigados a fazer urgências.

Leia Também: "SNS não está preparado para dar resposta a 10 milhões de portugueses"

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