O velório de Jéssica, a menina de três anos assassinada na segunda-feira, em Setúbal, foi marcado pela presença da Polícia de Segurança Pública (PSP), devido a confrontos entre os familiares e ao clima de revolta contra a mãe da criança.
Na cerimónia, que decorreu na capela da Nossa Senhora da Anunciada, a avó paterna de Jéssica mostrou-se bastante exaltada, tendo saindo a braços com o filho, o pai biológico da menina, acusando a nora de ser uma "assassina".
No local esteve também uma ambulância, já que a mãe da menina ter-se-á sentido mal. A avó paterna terá também sido assistida.
Recorde-se que Jéssica morreu na segunda-feira, no Hospital de São Bernardo, onde foi sujeita a manobras de reanimação, já depois de uma equipa de emergência ter sido chamada à casa da família.
Em declarações à agência Lusa, o coordenador da Polícia Judiciária (PJ) de Setúbal, João Bugia, revelou que a mãe da menina foi "ardilosamente enganada" e levada a entregar a filha por conta de uma dívida de 400 euros que tinha para com a suspeita, entretanto detida. Nos cinco dias em que a criança permaneceu ao cuidado da alegada ama, terá sofrido maus-tratos severos.
Segundo revelou aos jornalistas a avó de Jéssica, Rosa Tomás, os sinais de maus-tratos já seriam evidentes quando a mãe foi buscar a criança, na passada segunda-feira de manhã. No entanto, o alerta às autoridades só foi dado durante a tarde.
A mãe da menina e o padrasto foram também ouvidos durante a noite pela PJ, mas não foram constituídos arguidos.
O coordenador indicou ainda que os três detidos - a alegada ama, o marido desta e uma filha do casal - serão presentes a tribunal hoje à tarde ou na sexta-feira.
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