Contactada pela agência Lusa, Isabel Guimarães afirmou tratar-se de "um jovem que já deveria, há muito tempo, ter sido sinalizado e encontrar-se acompanhado em estabelecimento da área da deficiência mental".
"O arguido tem um défice cognitivo, um atraso no desenvolvimento e uma idade mental que corresponde à idade de uma criança", sublinhou a advogada, adiantando ter "falhado a intervenção social a montante".
"Este caso deverá servir para o coletivo refletir sobre as respostas sociais, muitas vezes inexistentes, para pessoas que, infelizmente, não têm capacidade financeira, nem conhecimento suficiente, para sozinhos encontrarem uma resposta na área da saúde mental", sustentou Isabel Guimarães.
A Polícia Judiciária (PJ) deteve hoje, em Viana do Castelo, o jovem por estar "fortemente indiciado pela eventual prática de vários crimes de abuso sexual de crianças".
Em comunicado enviado às redações, a PJ, através do Departamento de Investigação Criminal de Braga, informou ter dado cumprimento a um mandado de detenção fora de flagrante delito, emitido pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Viana do Castelo.
"Os abusos sexuais ocorreram em datas ainda não concretamente apuradas, mas, já no decurso do presente ano e até ao passado dia 22 de junho, foram praticados sobre uma criança, menor de 5 anos de idade, familiar do arguido, tendo este aproveitado a livre disponibilidade de contactos que possuía com a vítima para satisfazer os seus impulsos sexuais lascivos", refere a nota.
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