José Milhazes analisou, na quarta-feira, os acontecimentos mais recentes da guerra na Ucrânia. Não só a preparação de um plano de emergência para um eventual corte total de gás russo como também a manifestação dos bielorrussos conta a guerra estiveram em cima da mesa no habitual espaço de comentário.
Acompanhado por Nuno Rogeiro, o historiador falou sobre a possibilidade de a Rússia instaurar um sistema político de partido único. "Na realidade, há um partido único na Rússia, que é o partido de Putin - resto é paisagem", considerou o comentador, acrescentando que ainda há políticos "mais insatisfeitos" e "radicais" do que o atual presidente da russo, Vladimir Putin. "Um deles é o presidente do parlamento da Crimeia", apontou, explicando que é daquele governante que vem a ideia do partido único. "Segundo ele, [a ideia] é mais adequada ao desenvolvimento do país e à mentalidade russa", esclareceu, sublinhando: "Era a mesma coisa que dizia Estaline".
De acordo com o que o professor disse durante a emissão, este responsável nota que um sistema liberal multipartidário "só é bom para atiçar uns povos contra os outros, fazer zangar as pessoas entre si - pessoas do mesmo povo". Recordando a era soviética, o governante russo defendeu, no entanto, que a tática de partido único "não foi eficaz" com o partido comunista soviético. "Desta vez pode mesmo ser eficaz", terá afirmado o russo, citado por José Milhazes. "É uma ideia partilhada entre a elite russa" destaca.
Ainda quanto ao futuro da liderança russa, o comentador informou que já se fala de uma eventual substituição de Putin, havendo já um nome apontado pelo meios de comunicação - oficiais e não oficiais. "Tsargrad [estação de televisão russa de extrema-direita] está a fazer de tudo elevar [Nikolai] Patrushev ao poder", disse.
Segundo apresenta Milhazes, Patrushev, que é atualmente o chefe do Conselho de Segurança da Rússia, é também um ex-colega de Putin. "É aquele homem que fala ainda mais duro do que todos os outros", refere, acrescentando que este é um dos homens responsáveis por culpar a NATO pela invasão das tropas russas na Ucrânia. "Continua a defender a solução da Ucrânia da forma mais radical", descreve Milhazes.
"Nem tanto fala em seu nome quanto articula a política das novas elites - daqueles que ainda são mais radicais do que Putin", disse o comentador habitual da SIC, citando alguns analistas dos discursos de Patrushev.
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