"Estou muito expectante para saber quem é que será o `CEO´ do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Acho que tem de ter o perfil do almirante Gouveia e Melo. A vacinação foi um sucesso graças aos enfermeiros e, sobretudo, graças a ele, que trabalhou muito bem connosco", disse à Lusa Ana Rita Cavaco.
Esta nova direção executiva, que vai coordenar toda a resposta assistencial pública aos utentes no país e que será nomeada pela ministra da Saúde, está prevista no novo Estatuto do SNS que foi hoje aprovado em Conselho de Ministros.
Questionada se já há um nome para dirigir esta estrutura, Marta Temido afirmou: "Sei, mas não vou dizer".
Numa reação à aprovação do estatuto, a bastonária da Ordem dos Enfermeiros, que ainda não conhece a versão final do documento, adiantou que a "grande curiosidade" é saber quem será indicado para liderar esta nova estrutura operacional, alegando que será uma "pessoa que vai ter tanto poder como provavelmente a ministra da Saúde".
"Que seja uma pessoa que consiga fazer as reformas estruturais que são precisas", salientou Ana Rita Cavaco, apontando o exemplo da proposta da ordem de criação de centros de parto normais, que permitiram "reduzir de imediato o rácio de obstetras que são necessários nas urgências" dos hospitais públicos.
Quanto às medidas que estão previstas no estatuto do SNS, a bastonária considerou que, com "tantas coisas que tem acontecido na área da Saúde", está como São Tomé: "Ver para crer". Mas alertou que "não faz sentido nenhum deixar que determinados lóbis consigam mandar na saúde".
"Nunca houve coragem política para afrontar e enfrentar determinados lóbis que mandam na saúde, como é o caso dos lóbis dos médicos", referiu a bastonária dos enfermeiros.
Segundo a ministra da Saúde, esta nova entidade que será criada vai assumir a coordenação de toda a resposta assistencial do SNS, assegurando o seu funcionamento em rede.
A direção executiva vai também assumir responsabilidades que atualmente são de outras entidades do SNS e que o Governo quer "ver a funcionarem melhor", caso de algumas funções que são da Administração Central do Sistema de Saúde, avançou Marta Temido.
Além disso, a gestão da rede nacional de cuidados continuados integrados e da rede de cuidados paliativos, que é responsabilidade das administrações regionais de saúde, passará para esta nova entidade prevista no estatuto do SNS.
A direção executiva terá ainda algumas "missões novas" como designar os conselhos de administração dos hospitais e os diretores executivos dos agrupamentos de centros de saúde, explicou a governante.
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