Neste diploma, os gabinetes do Ministério da Cultura e da secretaria de Estado do Tesouro salientam que, "considerando a qualidade e a consistência do trabalho desenvolvido", desde fevereiro de 2019, pelo encenador Nuno Cardoso, na direção artística do TNSJ, no Porto, "julga-se de manter uma linha de continuidade na programação".
Nesse sentido, o mandato de Nuno Cardoso no cargo de diretor artístico é renovado, em regime de exclusividade, para o triénio de 2022-2024, salienta o despacho assinado pelo ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, e pelo secretário de Estado do Tesouro, Miguel Cruz.
O primeiro mandato de Nuno Cardoso como diretor artístico do TNSJ teve início a 01 de janeiro de 2019.
Com uma carreira de mais de três décadas, o encenador e ator Nuno Cardoso nasceu em 1970, em Canas de Senhorim, no concelho de Nelas, distrito de Viseu, e frequentou o curso de Direito na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra.
O seu percurso teatral teve início na década de 1990, com a entrada no Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra (CITAC).
Como ator, trabalhou com encenadores como Paulo Lisboa, Paulo Castro, João Paulo Seara Cardoso, Nuno M. Cardoso, Francisco Alves, José Neves, João Garcia Miguel, Victor Hugo Pontes e José Eduardo Silva, interpretando textos de autores como Eurípides, William Shakespeare, J.W. Goethe, Anton Tchékhov, Frank Wedekind, Fiodor Dostoievski, Gregory Motton, BernardMarie Koltès, Peter Handke, entre outros.
Em 1994, Nuno Cardoso foi um dos fundadores do coletivo Visões Úteis, tendo sido responsável por vários espetáculos, como "Porto Monocromático".
Entre 1998 e 2003, assegurou a direção artística do Auditório Nacional Carlos Alberto, assumindo, posteriormente, a coordenação de programação do Teatro Carlos Alberto, equipamento entretanto integrado na estrutura do TNSJ.
Entre 2007 e 2018, foi diretor artístico da estrutura Ao Cabo Teatro, onde desenvolveu carreira como encenador.
O seu trabalho abordou autores de várias tradições e períodos, como Shakespeare e Tchékhov, Ésquilo, Sófocles, Molière, Racine, Ibsen, Friedrich Dürrenmatt, García Lorca, Eugene O'Neill, Tennessee Williams, Lars Norén, Sarah Kane, entre muitos outros.
Nuno Cardoso tem também desenvolvido projetos teatrais de cariz comunitário, ou envolvendo não profissionais, como "PRJ. X. Oresteia", no Estabelecimento Prisional de Paços de Ferreira, "R2", a partir de "Ricardo II", com jovens do Bairro da Cova da Moura, e "Porto S. Bento", com moradores do Centro Histórico do Porto.
No TNSJ, Nuno Cardoso dirigiu, nos últimos anos, peças como "A Morte de Danton", de Georg Büchner, "Bella Figura", de Yasmina Reza, "Castro", de António Ferreira, "O Balcão", de Jean Genet, "Espectros", de Henrik Ibsen, "Lear", de Shakespeare, e "Ensaio Sobre a Cegueira", a partir de José Saramago, além produções próprias como "Achadiço".
Antes, Nuno Cardoso já levara aos palcos do TNSJ peças como "O Despertar da Primavera", de Wedekind, "Woyzeck", de Büchner, e "Platónov", de Tchékhov.
Durante a sua direção artística, que coincidiu com o centenário do TNSJ e o seu encerramento para obras, em 2021, além da pandemia de covid-19, o teatro acolheu igualmente outros encenadores e companhias, como os antigos diretores Ricardo Pais e Nuno Carinhas, e produções como "Kastrokriola", do dramaturgo cabo-verdiano Caplan Neves.
No passado mês de março, na sequência da invasão militar da Ucrânia e da crise humanitária daí decorrente, o TNSJ lançou o projeto "Ucrânia - Palco Livre", que em maio concedeu bolsas a sete artistas ucranianos refugiados em Portugal.
Em 2016, Nuno Cardoso recebeu o prémio da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), na categoria de melhor espetáculo, pela encenação de "Demónios", de Lars Norén.
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