"Temos neste momento uma alternativa, vamos implementá-la e penso que vai correr bem", resumiu o presidente da Câmara de Faro, no final de uma reunião em que estiveram presentes autoridades regionais, forças de segurança, Clube de Motos e o comando distrital da Proteção Civil, que representou o Governo central.
Segundo Rogério Bacalhau, a solução encontrada passa pela retirada do acampamento já instalado numa área considerada terreno florestal e a sua transferência para "um espaço que está urbanizado, em frente à concentração".
A 40.ª Concentração Internacional de Motos de Faro está prevista realizar-se de quinta-feira até domingo em 34 hectares no Vale das Almas, a 500 metros do Aeroporto Internacional da cidade algarvia e na estrada que leva à praia de Faro.
A parte que não pode ser utilizada é de 14 hectares, depois de o Governo ter decidido na segunda-feira pela "relocalização ou uma reformatação" de modo a que não se desenvolvam grandes eventos em áreas florestais.
As autoridades regionais vão ainda falar com os donos do terreno urbano sobre a utilização do espaço, mas o presidente da Câmara de Faro assegurou que "vai correr bem, sem sombra de dúvidas".
"Estamos todos focados nisto. A partir de hoje temos o plano delineado e todos os motociclistas que estavam a pensar vir à concentração podem fazê-lo", insistiu Rogério Bacalhau.
A concentração de motos realiza-se desde 1982, tendo este ano a sua 40.ª edição, depois de dois anos em que não se realizou, devido à pandemia de covid-19.
Por seu lado, o presidente do Moto Clube de Faro, José Amaro, pediu "a colaboração de todos os motociclistas para que cumpram, de facto", o esquema que vai ser implementado.
"São regras que podemos não as compreender, mas neste momento são as mais viáveis. Para que a concentração seja um êxito temos de as cumprir", disse José Amaro.
O responsável do Moto Clube de Faro assegurou que as pessoas que já estão instaladas no terreno florestal vão-se retirar desse perímetro, estando convencido que "a partir daí, a concentração decorrerá normalmente", porque "é a única possibilidade" que há.
O primeiro-ministro afirmou hoje que, por questões de segurança face aos "elevadíssimos riscos" de incêndio, com o país em situação de contingência, terão de ser reajustados os eventos junto a zonas florestais programados para os próximos dias.
António Costa comunicou esta determinação no final de duas reuniões, num total de mais de três horas, com o comando operacional e com diversas entidades nacionais responsáveis pela prevenção e combate aos incêndios, na Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, em Carnaxide, concelho de Oeiras (Lisboa).
Os distritos de Viana do Castelo, Braga, Porto, Vila Real, Bragança, Guarda, Castelo Branco e Portalegre estão a partir das 09:00 de hoje sob aviso vermelho, o mais grave, devido ao tempo quente, segundo o IPMA.
O aviso vermelho, emitido pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), devido à persistência de valores extremamente elevados da temperatura máxima, vai estar em vigor até às 18:00 de quarta-feira, passando depois a laranja.
Portugal continental entrou na segunda-feira em estado de contingência, devido às previsões meteorológicas que apontam para temperaturas muito elevadas nos próximos dias, com o esperado agravamento de risco de incêndios florestais.
A declaração do estado de contingência deve terminar às 23:59 de sexta-feira, mas o Ministério da Administração Interna (MAI) admitiu que poderá "ser prolongada caso seja necessário".
O estado de contingência proíbe o acesso, circulação e permanência nos espaços florestais, assim como a realização de trabalhos, nessas áreas.
[Notícia atualizada às 15h56]
Leia Também: Super Bock Super Rock passa para o Parque das Nações