"Consternação", "pesar" e "injustiça". André Serra morreu em Foz Côa

Piloto de um avião anfíbio não resistiu à queda da aeronave numa vinha da Quinta do Crasto. André tinha 30 anos, era natural do Barreiro, residia em Lisboa, e deixa uma filha menor.

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Notícias ao Minuto
16/07/2022 08:49 ‧ 16/07/2022 por Notícias ao Minuto

País

André Serra

Em dias "difíceis", marcados pelos combates aos incêndios que assolam Portugal continental, o cenário agravou-se com a tragédia da morte de André Serra, piloto de um avião anfíbio, na sequência da queda da aeronave que pilotava, esta sexta-feira, na região de Foz Côa.

O piloto não resistiu após a aeronave se ter despenhado numa vinha da Quinta do Crasto. André tinha 30 anos, era natural do Barreiro, residia em Lisboa, e deixa uma filha menor.

As reações dos diversos quadrantes políticos não se fizeram esperar e, ainda ontem, várias personalidades nacionais mostraram o "pesar" pela morte em contexto de luta contra o fogo. "Consternação" e "injustiça" foram alguns dos termos usados. 

Numa nota publicada na página da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa escreveu que foi "com pesar" que "recebeu a notícia do falecimento do Comandante Piloto André Serra, durante o combate a um incêndio no teatro de operações de Torre de Moncorvo, Bragança". "O Comandante André Serra será recordado pela sua coragem, bravura e dedicação ao serviço", acrescentou o chefe de Estado. 

Já em declarações à CNN Portugal, o Presidente da República indicou que tenciona estar presente nas cerimónias fúnebres.

O primeiro-ministro, António Costa, lamentou, esta sexta-feira, a morte do piloto do avião anfíbio que estava a participar no combate aos incêndios e que caiu na região de Foz Côa. "Foi com grande consternação que tomei conhecimento do falecimento do piloto que operava uma aeronave que caiu esta tarde no combate ao incêndio em Torre de Moncorvo. Endereço as mais sentidas condolências à família e amigos", começou por escrever o primeiro-ministro, numa mensagem divulgada no Twitter.

O presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, lamentou a morte escrevendo na rede social: "Lamento a morte do piloto da aeronave de combate aos incêndios que se despenhou hoje". "É uma perda enorme. Toda a solidariedade à sua família", acrescentou.

Também o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, apresentou "as mais sentidas condolências" à família, amigos e colegas do comandante-piloto" André Serra. "Apresento as mais sentidas condolências à família do comandante-piloto que hoje faleceu na sequência de um acidente com um avião de combate a incêndios, enquanto operava no combate a um incêndio em Torre de Moncorvo, Bragança", lê-se numa nota de pesar divulgada pelo gabinete de José Luís Carneiro.

A secretária de Estado da Administração Interna, Patrícia Gaspar, apontou: "Os pilotos não morrem… Voltam ao céu com as suas próprias asas. Obrigada, André!".

Luís Montenegro, presidente do PSD, foi um dos primeiro a reagir àquela que descreveu como "uma injustiça" que "choca profundamente". "Perder a vida a cumprir a missão de proteger pessoas e bens, enfrentando riscos individuais a favor de todos nós, é uma injustiça que nos choca profundamente. As nossas muito sentidas  condolências à família do piloto que hoje faleceu a combater este flagelo que são os incêndios", escreveu no Twitter.

Rui Rio, antigo presidente social-democrata, escreveu, na mesma rede social: "A minha homenagem e o meu agradecimento a este homem que faleceu ao serviço de todos nós e os meus mais sentidos pêsames à sua família".

Também a líder do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, dedicou uma mensagem no Twitter a esta "trágica morte". "Dia tão duro em dias difíceis. A destruição do fogo, o desespero das populações, o cansaço imenso de quem combate os incêndios e agora a trágica morte de um piloto. Dia de profundo pesar e de toda a solidariedade com a dor da família, amigos e de toda a proteção civil", pode ler-se.

Inês Sousa Real, do PAN, deixou as suas palavras de "sentido pesar" à família e amigos de André Serra, que perdeu a vida "na defesa das populações e da natureza". "Sentido pesar à família e amigos do piloto que perdeu a sua vida no combate aos incêndios, em Vila Nova de Foz Côa, na defesa das populações e da natureza A todos os operacionais e voluntários que estão no terreno o mais sincero agradecimento e solidariedade neste momento difícil", escreveu a porta-voz.

Como tudo aconteceu

André Serra, piloto de um avião anfíbio de combate a incêndios morreu esta sexta-feira após a queda da aeronave que pilotava, numa vinha da Quinta do Crasto, em Castelo Melhor, concelho de Foz Coa, distrito da Guarda.

"O óbito foi decretado no local pela equipa médica do helicóptero do Instituto Nacional de Emergência Médica. O corpo do piloto ficou carbonizado e o avião anfíbio completamente destruído", disse à Lusa o presidente da Câmara de Foz Coa, João Paulo Sousa.

Segundo uma nota da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), o alerta para o acidente foi dado às 19h55 e o "avião anfíbio médio FireBoss, do Centro de Meios Aéreos de Viseu, afeto ao Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais" estava a operar num incêndio em Torre de Moncorvo, no distrito de Bragança.

No 'briefing' da Proteção Civil sobre a situação dos incêndios, pelas 20h30, o comandante nacional da ANEPC, André Fernandes, adiantou que foram enviados para o local um helicóptero do Instituto Nacional de Emergência Médica, meios de busca e salvamento da Força Aérea, meios dos bombeiros dos distritos da Guarda e de Bragança, elementos da Polícia Marítima, além de um helicóptero de coordenação da Proteção Civil.

O Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários vai mobilizar equipas de investigação de maneira a estar no local ao nascer do dia de hoje. 

Leia Também: André Serra, o piloto que morreu durante combate aos incêndios em Foz Côa

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