O presidente da Associação de Proteção Civil (APROSOC), João Paulo Saraiva, desmentiu este sábado as declarações proferidas pela secretária de Estado da Administração Interna, Patrícia Gaspar, que recusou que o Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP) tenha falhado em Leira.
Ao invés disso, Patrícia Gaspar defendeu que houve sim um "uso deficiente" do sistema que, assim que identificado, foi "corrigido".
"O que a secretária de Estado da Proteção Civil disse não é verdade - ela disse que o SIRESP não falhou. Falhou sim", frisou João Paulo Saraiva em declarações à CNN Portugal.
O presidente da Associação de Proteção Civil sublinhou ainda que o "SIRESP falha todos os dias", que "há falta de cobertura" e a comunicação é muitas vezes feita pelos telemóveis dos operacionais.
"O que nós, a APROSOC, podemos assegurar, e é corroborado pelos operacionais que estão no terreno e por comandantes de corporações de bombeiros, é que o SIRESP falhou. Não falhou apenas em Leiria, tem falhado todos os dias", acrescentou.
Além disto, João Paulo Saraiva frisa que o Governo tem conhecimento de toda esta situação desde 2018. "Houve um relatório da nossa parte e tem tomado conhecimento - pelo menos os grupos parlamentares são informados regularmente da posição da APROSOC sobre esta matéria - mas estamos, obviamente, ao dispor para o diálogo", conclui.
Recorde-se que a secretária de Estado da Administração Interna, Patrícia Gaspar, negou este sábado qualquer problema na estrutura do SIRESP durante os incêndios de julho, nomeadamente no de Leiria.
Confrontada com as acusações de alegadas falhas do sistema, especificamente no fogo de Leiria, Patrícia Gaspar sublinhou que "foi um problema dos operacionais dos rádios" e não um problema estrutural.
"O caso de Leiria foi pontual, nos restantes não aconteceu", explicou aos jornalistas acrescentando que as "falhas técnicas" foram resolvidas rapidamente. Patrícia Gaspar frisou ainda que o "SIRESP é um sistema de confiança".
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