A Direção-Geral da Saúde (DGS) anunciou, esta quinta-feira, que foram registados mais 40 casos de infeção pelo vírus Monkeypox durante a última semana, aumentando assim o total de casos contabilizados em Portugal desde o início do surto para 810.
Isto porque, na quinta-feira passada, tinha já sido confirmada a existência de 770 casos da doença em território nacional.
Do total de casos contabilizados até quarta-feira, dia 17 de agosto, 729 dos mesmos foram reportados no SINAVE (Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica). Destes, a grande maioria (723, correspondendo a 99,2% dos casos) diz respeito a indivíduos do sexo masculino. Até ao momento, apenas seis mulheres contraíram o vírus, segundo a autoridade de saúde.
É na faixa etária dos 30 aos 39 anos que se regista uma maior fatia dos casos, 308, o que equivale a 42% da totalidade das infeções notificadas em Portugal.
Até ao momento, a doença foi identificada em todo o país, com exceção da Região Autónoma dos Açores. Porém, é na região de Lisboa e Vale do Tejo que a doença apresenta uma maior expressão, com 79,5% dos casos a terem sido identificados na mesma. Segue-se o Norte do país (15%), ao passo que nas outras regiões a percentagem de infeções não ultrapassa os 2,5%.
Depois de se ter iniciado, a 16 de julho, a vacinação dos primeiros contactos próximos de casos confirmados da doença em território nacional, a autoridade de saúde deu conta de que até sábado, dia 13 de agosto, vacinaram-se 215 pessoas. Entretanto, mais 142 pessoas receberam a vacina, as quais não tinham sido reportadas na anterior atualização da DGS.
"Continuam a ser identificados e orientados para vacinação os contactos elegíveis nas diferentes regiões", esclareceu ainda a autoridade de saúde.
Numa perspetiva internacional, o relatório apontou ainda que foram reportados à Organização Mundial da Saúde (OMS), até ontem, 37.736 casos confirmados e 179 casos prováveis de infeção humana pelo vírus Monkeypox, num total de 93 países. Há ainda a lamentar 12 óbitos derivados da doença.
Por essa altura, tendo em conta os 770 casos reportados no anterior relatório da DGS, Portugal apresentava-se como o décimo país mais afetado pela doença a nível internacional. Até então, Estados Unidos, Espanha (5.719) e Alemanha (3.187) apresentavam-se no topo da lista das nações com mais casos.
Seguiam-se Reino Unido (3.055), Brasil (2.985), França (2.749), Canadá (1.059), Países Baixos (1.029), Peru (834) e, finalmente, Portugal (770).
"A DGS encontra-se atenta à situação epidemiológica, quer a nível nacional quer internacional, acompanhando e adaptando, quando necessário, a implementação de medidas de saúde pública, nomeadamente no que diz respeito à vacinação", garantiu ainda a autoridade.
Os primeiros casos desta doença em território nacional foram detetados a 3 de maio, com a confirmação laboratorial de cinco casos de infeção humana, recordou a DGS no seu relatório semanal.
Monkeypox é um vírus do género Ortopoxvírus (o mais conhecido deste género é o da varíola) e a doença é transmissível através de contacto com animais, contacto próximo com pessoas infetadas ou com materiais contaminados.
Os sintomas mais comuns da doença são febre, dor de cabeça intensa, dores musculares, dor nas costas, cansaço, aumento dos gânglios linfáticos com o aparecimento progressivo de erupções que atingem a pele e as mucosas.
A infeção por este vírus foi detetada pela primeira vez num ser humano em 1970, tendo-se tornado endémica em países da África Central e da África Ocidental.
[Notícia atualizada às 21h29]
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