Luís Marques Mendes debruçou-se, este domingo, sobre a promulgação pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, da lei que cria a direção executiva do Serviço Nacional de Saúde. O presidente do Hospital de S. João, Fernando Araújo, o escolhido pelo Governo para o lugar de CEO do SNS, deverá tomar uma decisão até ao final da semana.
Questionado no seu espaço habitual de comentário na SIC sobre se é o homem certo para o lugar, o social-democrata concordou. "Só tenho a elogiar a decisão do Governo. Imagino que tenha sido proposta do ministro da Saúde e significa que o ministro começou bem, com o pé direito", referiu.
"Tenho algumas dúvidas em relação a este órgão, mas isso não é o que está agora aqui em causa. Mas existindo esta direção executiva, acho que Fernando Araújo é a pessoa certa no lugar certo, porque o SNS precisa iminentemente de organização e ele já deu provas - na área do Hospital de S. João, no Porto - de ser uma pessoa com grande capacidade e com grande competência para organizar", continuou.
Para o comentador, além de organização, o Serviço Nacional de Saúde "precisa de motivação e liderança" e "ele já deu provas disso", por isso, considera, Araújo "poderá ser uma espécie de um verdadeiro ministro da Saúde".
No entanto, atenta Marques Mendes, "criar um novo órgão não é resolver o problema da Saúde, portanto é preciso ver se há resultados e oxalá ele tenha. Fernando Araújo é a pessoa certa, no momento certo, mas não é nenhum D. Sebastião".
"Para começar foi uma boa escolha, mas ao nível do Governo se trate de tornar as carreiras neste setor, nomeadamente dos médicos, atrativas, resolver problemas de sustentabilidade na Saúde e sobretudo o acesso à Saúde. Porque o problema da Saúde nunca esteve dentro dos hospitais, na qualidade dos profissionais, o problema está no acesso", rematou.
Recorde-se que o Governo aprovou em Conselho de Ministros no passado dia 8 de setembro o decreto-lei que estabelecia a criação da direção executiva do SNS, prevista no estatuto do SNS. Fernando Araújo foi escolhido pelo Governo depois de o novo ministro da Saúde tomar posse, sem que houvesse um convite formal até à promulgação do diploma, o que ocorreu na sexta-feira. As conversações entre as partes ainda decorrem.
Leia Também: Marta Temido? Demissão era "questão de tempo" e decisão foi "inteligente"