Nesse dia, pelas 14h30, os deputados da Comissão parlamentar de Defesa vão ouvir a ministra Helena Carreiras em duas partes: primeiro, a governante será ouvida em audição regimental, que já estava prevista, e de seguida vai esclarecer os deputados, à porta fechada, no âmbito do requerimento apresentado pelos sociais-democratas.
Esta calendarização ficou estabelecida, esta terça-feira, na comissão parlamentar de Defesa com os partidos a concordar quanto à necessidade da audição sobre o ciberataque, noticiado no início do mês pelo Diário de Notícias.
O social-democrata Jorge Paulo Oliveira justificou a sugestão de a audição decorrer à porta fechada "pela necessidade de reserva e pela sensibilidade da matéria em causa" e o deputado socialista Diogo Leão concordou, afirmando que "seria uma irresponsabilidade total se assim não fosse" tendo em conta o tema.
Na semana passada, o PSD anunciou que iria pedir uma audição potestativa (ou seja, obrigatória) da ministra da Defesa, após o PS ter 'chumbado' os requerimentos apresentados por PSD, Iniciativa Liberal e Chega sobre o tema.
Na discussão que precedeu a votação, o deputado do PS Francisco César justificou o voto contra os requerimentos apresentados, afirmando que "o pior que poderia acontecer sobre este tema" seria "trazer para a praça pública uma discussão política quando essa discussão ainda não é política".
Na altura, Jorge Paulo Oliveira acusou o PS de estar a "obstaculizar que o parlamento exerça o seu dever, de discutir e de acompanhar uma matéria que assume gravidade -- que ninguém a nega -- e que já se traduziu num dano reputacional e de imagem de Portugal".
Além da ministra da Defesa, os requerimentos apresentados pelos partidos requeriam a presença no parlamento de outras entidades: o Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, a secretária-geral do Sistema de Informações da República, o diretor-geral do Gabinete Nacional de Segurança e o secretário de Estado da Digitalização e da Modernização Administrativa.
O Ministério Público abriu no passado dia 13 de setembro um inquérito ligado ao ciberataque contra o Estado-Maior-General das Forças Armadas em que documentos classificados da NATO foram extraídos e colocados à venda na 'darkWeb'.
Segundo uma notícia veiculada no início do mês pelo Diário de Notícias, o Governo português foi informado da situação pelos serviços de informações norte-americanos, por intermédio da embaixada em Lisboa, através de uma comunicação que terá sido feita diretamente ao primeiro-ministro, António Costa, em agosto passado.
O mesmo jornal mencionou que este caso é considerado de "extrema gravidade" e terão sido os ciberespiões norte-americanos a detetar "à venda na 'darkweb' centenas de documentos enviados pela NATO a Portugal, classificados como secretos e confidenciais".
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