Ana Avoila alerta para problemas da emigração

A coordenadora da Frente Comum de Sindicatos da Função Pública, Ana Avoila, alertou hoje no quadro da comemoração do 25 de abril em Genebra sobre os riscos do aumento da emigração em Portugal.

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Lusa
26/04/2014 05:54 ‧ 26/04/2014 por Lusa

País

25 Abril

"No ano passado saíram 220.000 portugueses, 90% deles eram jovens com uma qualificação académica ou técnica de qualidade, mas cujo ordenado é geralmente mais baixo em relação aos trabalhadores locais" disse à Lusa a sindicalista e membro do partido comunista.

Mesmo se alguns conseguem boas condições de vida, segundo a sindicalista, alguns podem ser explorados.

Além disso, a Ana Avoila sublinha que "esta tendência para emigração, que está aumentando, tem consequências negativas para Portugal em termos de demografia e de investimento".

"O Estado investiu nestes jovens, mas agora os que se aproveitam são os outros países" declarou ela, criticando a posição do governo "que convida os jovens a saírem de Portugal".

"Muitos deles saem e não voltam. Isto tamblém trás um problema de demografia e precisamos de um debate sobre esta situação" aponta ela.

Por outro lado, a sindicalista levanta a questão dos direitos laborais, da justiça social e das funções sociais do Estado que foram desaparecendo enquanto a pauperização da população cresceu. Portanto, para ela, saída da troica, prevista em maio, ainda não significa o fim da austeridade e das consequencias negativas para o país.

Convidada para comemorar os 40 anos do 25 de abril, Ana Avoila apresentou um discuro perante uma audiencia composta por Portugueses e suíços.

Ela salientou na sua intervenção que "muitas das principais conquistas do 25 de abril foram entretanto destruídas, outras foram embora enfraquecidas e ameaçadas continuam presentes na vida nacional" qualificando de "agressão" a intervenção da União Europeia e do Fundo monetário internacional (FMI).

Ela também criticou severamente as medidas do governo. Pois, ela considera como "uma violenta ofensiva contra as conquistas de abril e direitos sociais e laborais, em que se insere um ataque fortíssimo à administração pública e às funções sociais do Estado, que se traduz na redução dos salários e das pensões através do seu congelamento e cortes"

"A grave situação que Portugal vive atualmente é indissociável de uma politica de direita levado a cabo ao longo de 37 anos por sucessivos governos de direita que foram sistematicamente destruindo e combatendo as conquistas e as transformações da revolução de abril, promovendo a reconstituição dos grupos monopolistas e da sumição do país à União Europeia e ao imperialismo" acrescentou ela apelando a derrotar o governo atual na conclusão do seu discurso.

Esta manifestação, organizada pela primeira vez em conjunto por quatro associações portuguesas de Genebra "Associação cultural de expressão portuguesa (ACEP), Associação Laços, Associação 25 de abril (A25A) e Rancho Estrelas de Portugal, contou com a presença da sindicalista Ana Avoila, do capitão Mário Tomé e de representantes das autoridades genebrinas.

A celebração, que se abriu hoje, dura todo o fim de semana e estará pontuada de atividades culturais. Outro debate entre as comunidades portuguesas está programado para concluir a comemoração dos 40 anos de abril.

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