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Após polémica, Marcelo garante: "Nunca me fecho no Palácio de Belém"

Em causa estão as declarações polémicas que proferiu acerca dos depoimentos relativos ao caso dos abusos sexuais perpetrados por membros do clero.

Após polémica, Marcelo garante: "Nunca me fecho no Palácio de Belém"

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, reforçou, esta sexta-feira, em declarações aos jornalistas, que não pretende fechar-se "no Palácio [de Belém]", na sequência das declarações polémicas que proferiu acerca dos 424 depoimentos recebidos pela Comissão Independente para o Estudo dos Abusos de Menores na Igreja (CIEAMI) relacionados com alegados abusos sexuais por membros do clero.

"Nunca me fecho no Palácio [de Belém]. A função do Presidente da República é estar junto dos portugueses, e isso significa participar em iniciativas económicas e sociais. Aliás, pretendo regressar daqui a 15 dias, ou três semanas, às minhas aulas no Ensino Secundário", explicou o chefe de Estado.

Esta reação surge na sequência de declarações polémicas proferidas pelo próprio Presidente da República na terça-feira. "Não me surpreende. Não há limite de tempo para estas queixas, que vêm de pessoas de 80 ou 90 anos. Estamos perante um universo de milhões ou muitas centenas de milhares de jovens em contacto com a Igreja. Haver 400 casos não me parece particularmente elevado", referiu, na altura.

A reação foi alvo de inúmeras críticas por parte de vários partidos com representação parlamentar. No entanto, o primeiro-ministro, António Costa, veio mais tarde defender Marcelo, considerando que foi feita uma "interpretação inaceitável" das palavras do chefe de Estado.

O Presidente veio depois dizer, no entanto, que não tinha intenção de ofender as vítimas de abusos sexuais na Igreja portuguesa e pediu, ainda, "desculpas", no caso de as suas palavras terem ofendido alguma das vítimas.

Incompatibilidades? Marcelo promete "acompanhar com atenção"

Ainda em declarações aos jornalistas, na inauguração de uma exposição de homenagem aos laços entre o príncipe Alberto I do Mónaco e o Rei D. Carlos I de Portugal, no Museu da Marinha, Marcelo Rebelo de Sousa referiu ainda que já enviou a sua "mensagem" à Assembleia da República, propondo uma revisão da lei sobre incompatibilidades.

Na sua declaração, o Presidente diz ter solicitado "ponderação aos partidos políticos", para que reunissem "leis" que possibilitassem a criação de uma "legislação clara sobre uma matéria tão importante". E acrescentou: "Vou acompanhar com atenção toda a legislação que vá saindo da Assembleia da República. É esse o estilo da minha Presidência".

Em causa está uma temática que, acrescentou, "corresponde a uma preocupação de Direito", mas também a uma "preocupação política".

TAP? "Fundamental é continuar o processo de reestruturação"

Já no que concerne à temática da TAP, cuja privatização esteve em debate, na quinta-feira, no Parlamento, Marcelo considerou que "o fundamental é continuar o processo de reestruturação da TAP, que é muito importante".

Isto porque é um processo que "já vem do passado", referiu o chefe de Estado, que diz esperar que a companhia aérea "corresponda a este aumento do turismo registado em Portugal, e que ofereça perspetivas mais favoráveis do que aquelas que foram as dos últimos anos".

Recordou ainda que esse mesmo "processo de reestruturação, em vésperas da pandemia, previa uma aliança com uma companhia europeia". Este tratava-se de um processo que estava "muito avançado em termos de negociações, mas depois, quando podia avançar para assinatura, caiu a pandemia e morreu, ou pelo menos ficou congelado, porque todas as companhias aéreas tiveram dificuldades".

"Pode ser que, no futuro, existam, como tem acontecido a nível mundial, parcerias com outras companhias aéreas", concluiu o Presidente da República.

[Notícia atualizada às 19h12]

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