No âmbito do Dia Internacional para Erradicação da Pobreza, que se assinala esta segunda-feira, a SIC Notícias falou com Isabel Jonet, presidente do Banco Alimentar Contra a Fome, numa altura em que os pedidos de ajuda de famílias e instituições tem aumentado.
“Registámos, nestes últimos tempos, um acréscimo dos pedidos de ajuda, seja por parte das instituições, uma vez que têm de fazer face a mais custos na energia e também nos produtos que servem nos lares, nas creches e nos ATLs, e de muitas pessoas que viram as suas contas desequilibradas porque está tudo mais caro”, referiu Jonet.
Em tempos de instabilidade, depois de dois anos de pandemia, aliados agora ao aumento de preços e a uma taxa de inflação muito alta, a presidente da instituição salientou que, “em Portugal, há mais pessoas que não têm duas refeições completas todos os dias”.
“Temos, em Portugal, muitos trabalhadores pobres, porque há uma precariedade no emprego e baixos níveis salariais. Temos muitas pessoas que não conseguem acumular mais nenhum acréscimo de preços.
"Neste momento, há famílias que, se não tiverem apoio, não conseguem sequer pôr leite na mesa dos filhos"
Segundo o Pordata, Portugal tem quase dois milhões de pessoas em risco de pobreza. Atualmente, o Banco Alimentar ajuda cerca de 400 famílias, estando a próxima campanha de recolha de alimentos agendada para os próximos dias 26 e 27 de novembro.
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