A Polícia Judiciária, no âmbito de inquérito titulado pelo DCIAP de Lisboa, no qual é investigado, entre outros, o crime de falsificação de documentos, levou a cabo, na madrugada e manhã de hoje uma operação policial a nível nacional, que culminou com a detenção de cinco pessoas.
Fonte da Diretoria de Lisboa e Vale do Tejo (DLVT), da PJ, responsável pela operação nacional, explicou à Lusa que sobre o alegado mentor, de nacionalidade portuguesa, existia um mandado de detenção, de um esquema de falsificação e venda de cartas de condução.
Foi dado cumprimento a 24 mandados de busca domiciliária, realizados em diferentes pontos do país, de norte a sul, bem como um mandado de detenção.
"Foi ainda possível proceder à detenção de mais quatro indivíduos, em flagrante delito, por posse de documentos falsificados e de armas proibidas., pode ler-se no comunicado da PJ.
Os detidos, quatro homens e uma mulher, todos de nacionalidade portuguesa, têm idades compreendidas entre 32 e 51 anos. Foram também apreendidas diversas armas de fogo.
A fonte da DLVT explicou à Lusa que o principal arguido e mentor do esquema de falsificação divulgava, através do método de "passa a palavra" de que "tinha especiais conhecimentos" no Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) "que lhe permitiam obter cartas de condução" sem o necessário exame legal, ficando legalmente inseridas no sistema, e também contacto no SEF para legalização de pessoas.
Contudo, adiantou a fonte, esses contactos não existiam e não está em causa qualquer crime de corrupção por parte de elementos destes dois organismos, prosseguindo a investigação da Judiciária para aferir o método e o contexto da falsificação e fabrico das cartas de condução, que eram vendidas por valores que atingiam os 1.500 euros.
Ainda de acordo com a fonte, "o grosso do esquema" passava pela falsificação de cartas de condução, que poderão atingir centenas, e cartões de cidadão.
"Eram pessoas que tentavam obter documentos legais por forma ilegal", disse.
Segundo a informação obtida pela Lusa, os quatro detidos na posse de documentos ilegais ainda deverão ser ouvidos hoje em primeiro interrogatório judicial por um juiz de instrução criminal, enquanto o principal suspeito só deverá ser presente na quinta-feira.
O Ministério Público refere, numa informação entretanto divulgada, que no âmbito desta investigação da PJ dirigida pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), "uma das detenções foi efetuada em cumprimento de mandados de detenção fora de flagrante delito, por indícios da prática de 32 crimes de falsificação de documento agravada, 14 crimes de tráfico de influência, 12 crimes de burla qualificada".
Os restantes detidos estão indiciados por três crimes de condução ilegal e, segundo a PJ, um deles por posse de arma proibida.
Na nota do MP é reforçado que "o arguido, que não tinha qualquer conhecimento no IMT nem no SEF, para manter a veracidade do que afirmava, e terá mesmo chegado a fazer passar-se por inspetor do SEF em contactos com estrangeiros".
Na operação estiveram envolvidos mais de 100 elementos de diversas Unidades da Polícia Judiciária, na qual se contou igualmente com a prestimosa colaboração de elementos da PSP, GNR e SEF.
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