O arguido, de 29 anos, que à data residia num contentor naquela cidade e que está em prisão preventiva, responde ainda por um crime de ofensa à integridade física simples sobre outro homem.
Neste processo foi ainda acusado o irmão do alegado homicida, de 22 anos, de um crime de ofensa à integridade física simples ao cidadão estrangeiro.
Os factos descritos pelo MP no despacho de acusação, ao qual a agência Lusa teve acesso, remontam a 26 de março, pelas 18h50, num parque de estacionamento naquela cidade do distrito de Leiria, quando o agora preso preventivo exigiu a um homem que saísse dali.
Quando este abandonava o local, o arguido pegou numa pedra da calçada que arremessou contra o ofendido. Quando este a tentou agarrar, cortou a mão esquerda.
Ainda neste dia, pelas 18h55, o irmão do alegado homicida aproximou-se do cidadão estrangeiro e, após uma breve troca de palavras, "sem nada que o fizesse prever, começou a desferir-lhe diversos murros e pontapés", provocando-lhe "ferimentos e lesões".
Por esta hora, os dois irmãos e o cidadão estrangeiro estavam a arrumar carros no parque de estacionamento junto ao centro comercial daquela cidade.
O arguido de 22 anos iniciou uma discussão com a vítima "motivada por dissenso acerca do estacionamento de veículos automóveis", na sequência da qual se empurraram mutuamente", lê-se no despacho de acusação.
A dada altura, o alegado homicida apercebeu-se da discussão e, munido de uma faca, abeirou-se do cidadão estrangeiro pelas costas e espetou-a no peito deste.
Segundo o MP, o suspeito abandonou o local apeado e escondeu a arma branca "atrás de um bastidor de telecomunicações", a quase uma centena de metros do local onde ocorreu o crime.
Transportado pelos bombeiros para o hospital de Caldas da Rainha, a vítima acabou por morrer cerca de uma hora depois.
Na madrugada seguinte, o suposto homicida foi intercetado pelos inspetores da Polícia Judiciária.
Para o MP, este arguido agiu com intenção "de ferir, magoar, provocar dor e molestar fisicamente" o homem a quem atirou uma pedra da calçada e, quanto à vítima mortal, de 31 anos, atuou sempre "com intenção de tirar a vida", "atuando com indiferença e desrespeito pela vida humana".
Quanto ao seu irmão, também agiu "com intenção de ferir, magoar, provocar dor e molestar fisicamente" este cidadão, ao desferir-lhe "vários murros e pontapés para melhor assegurar o êxito das suas intenções".
O julgamento, por um coletivo de juízes do Tribunal Judicial de Leiria, ainda não tem data marcada.
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