Gomes Cravinho contra suspensão do acordo de cereais pela Rússia

O ministro dos Negócios Estrangeiros mostrou-se hoje contra a suspensão pela Rússia do acordo de exportações de cereais com a Ucrânia, considerando-a um "ataque contra aqueles que mais precisam" que vai causar aumento dos preços e escassez nos mercados.

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© Thierry Monasse/Getty Images

Lusa
30/10/2022 12:35 ‧ 30/10/2022 por Lusa

País

Ucrânia

"A decisão russa de suspensão da iniciativa que permitia o escoamento de cereais através do Mar Negro representa um ataque contra aqueles que mais precisam", escreveu João Gomes Cravinho na sua conta da rede social Twitter.

Para o governante, a decisão russa "provocará mais escalada de preços e escassez nos mercados mundiais", e apela à Rússia que "repense esta atitude".

A Rússia anunciou, no sábado, a suspensão da sua participação no acordo sobre as exportações de cereais dos portos ucranianos após um ataque de 'drones' (aeronaves não tripuladas e controladas remotamente) que visou a frota russa estacionada na baía de Sebastopol, na Crimeia anexada.

A ONU comunicou estar a envidar esforços para preservar o acordo, com a Ucrânia a acusar a Rússia do "falso pretexto" do ataque na Crimeia para justificar a suspensão do convénio, pressionando Moscovo para que "respeite as suas obrigações".

O acordo, concluído em julho sob a égide da ONU e da Turquia, permitiu a exportação de vários milhões de toneladas de cereais retidos nos portos ucranianos desde a invasão russa em fevereiro, o que fez com que os preços dos alimentos disparassem, aumentando o receio da fome.

O Presidente russo, Vladimir Putin, subiu o tom das críticas ao acordo, apontando que as exportações da Rússia, outro grande produtor de cereais, estavam a ser prejudicadas pelas sanções.

A Crimeia, anexada em março de 2014 pela Rússia após uma intervenção das suas forças especiais e de um referendo denunciado por Kiev e pelo Ocidente, serve como quartel-general da frota russa do mar Negro e como base logística de retaguarda para a ofensiva russa na Ucrânia.

Leia Também: AO MINUTO: "Tentativas de espionagem"; UE insta Rússia a "reconsiderar"

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