"As emissões continuam a aumentar e, ao mesmo tempo, também a crise climática está a aumentar. Este verão vimos o Paquistão inundado, vimos incêndios avassaladores em Portugal e no resto da Europa, estamos a ver cheias na Nigéria neste momento. A crise climática é real. Está aqui e agora. Já estava em 2019 [quando fizemos a greve climática com greve às aulas], mas continua a intensificar-se porque não estamos à altura", disse a porta-voz do núcleo de Lisboa, Alice Gato.
Já em comunicado, a organização avança que "a partir de dia 07 de Novembro, seis escolas e universidades de Lisboa serão ocupadas por centenas de estudantes para exigir o fim aos combustíveis fósseis até 2030 e a demissão do ministro [da Economia e do Mar] António Costa e Silva".
Desta forma Portugal entra na rota do movimento internacional "End Fossil Occupy!" que desde o início do semestre foi responsável pela ocupação de escolas nos Estados Unidos e na Alemanha.
Este movimento, que em português se traduz por "Fim Ao Fóssil: Ocupa!", exige o fim dos combustíveis fósseis a nível internacional.
Em Lisboa estão previstas ações nas escolas secundárias Liceu Camões e António Arroio, bem como nas faculdades de Letras e de Ciências da Universidade de Lisboa, no Instituto Superior Técnico e na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Avenida de Berna.
"Se nós não agirmos, ninguém vai agir por nós. Desta vez estamos a ocupar os nossos espaços escolares, as nossas escolas e as nossas universidades, que são os sítios que nos deveriam estar a preparar para um futuro melhor mas esse futuro não existe", disse Alice Gato, acrescentando que "com a casa está a arder" é necessário "parar tudo e apagar o fogo em conjunto".
"Estamos a criar disrupção da normalidade para que as nossas reivindicações sejam atendidas: o fim aos combustíveis fósseis até 2030 e demissão imediata do ministro da Economia e do Mar", concluiu.
Salvaguardando que as iniciativas decorrerão de forma pacifica, o movimento "Fim ao Fóssil: Ocupa!", que assina o comunicado hoje divulgado, sublinha que "todas as ocupações serão diversas e assumirão diferentes moldes, tendo diferentes reivindicações locais", mas feitas de "forma calma e cuidada"
"Não vamos colocar nenhuma pessoa em perigo", garante.
O grupo aponta que procurará "contornar pacificamente quaisquer impedimentos de forças policiais ou de segurança".
"Utilizaremos diversas táticas e iniciativas criativas com o objetivo de suster a disrupção e fazer crescer a ocupação", lê-se no comunicado que termina com um apelo à participação na marcha pelo clima de dia 12 de Novembro, às 14h00, no Campo Pequeno, uma iniciativa organizada pela coligação "Unir Contra o Fracasso Climático".
Leia Também: Greve climática estudantil voltou às ruas em várias cidades do mundo