O presidente da câmara de Oeiras, Isaltino Morais, repudiou veementemente aquilo que alega serem "guerras internas em estruturas do PSD, através de denúncias anónimas", um dia depois de a Polícia Judiciária (PJ) ter realizado buscas à autarquia.
Em comunicado, divulgado através da Câmara Municipal de Oeiras, Isaltino Morais escreveu que não quer que "arrastem" o seu "nome para a praça pública".
"Que fique claro: no Município de Oeiras não há trocas de favores e de lugares ou uso de dinheiros públicos para adquirir poder nas estruturas de partidos", garantiu ainda o autarca.
As buscas da PJ, recorde-se, centraram-se em torno dos negócios de Rodrigo Gonçalves, atual membro da Comissão Política Nacional do PSD, escolhido pelo presidente do partido, Luís Montenegro. As autoridades estão a investigar a prática de crimes de vários tipos de corrupção e prevaricação, em negócios que envolvem as autarquias de Oeiras, Odivelas e a junta de freguesia das Avenidas Novas, em Lisboa.
O dirigente do PSD pediu, entretanto, a suspensão imediata das suas funções como vogal da direção do PSD.
Segundo o autarca de Oeiras, que voltou a liderar a câmara em 2017, "nenhuma das empresas suspeitas de fazer contratos fictícios com a administração para proveitos próprios foi contratada pelo município (incluindo o SIMAS de Oeiras e Amadora) durante o tempo no qual aqui exerci ou exerço funções".
"Nada tenho a ver com as perseguições internas do Partido Social Democrata, partido do qual não sou militante há já quase 20 anos!", vincou.
De recordar que Isaltino Morais chegou ser condenado em 2009 a sete anos de prisão, à perda do mandato autárquico e a pagar uma indemnização ao Estado de 463 mil euros por fraude fiscal, branqueamento de capitais, abuso de poder e corrupção passiva para ato ilícito. Sairia em 2014 em liberdade condicional.
Já em outubro deste ano, o presidente da Câmara de Oeiras foi acusado de prevaricação de titular de cargo político.
Isaltino Morais acrescentou, no comunicado a que o Notícias ao Minuto teve acesso, que não interferiu "na contratação da secretária do gabinete do PSD na CMO [Câmara Municipal de Oeiras] e nem sequer sabia, até ontem, que a senhora era mãe do candidato do PSD à Câmara de Oeiras, Alexandre Poço", referindo outra contratação que está a ser alvo de suspeitas e que envolve a mãe do líder da Juventude Social Democrata.
Isaltino Morais concluiu a nota apelando às autoridades que "tomem medidas que impeçam julgamentos na praça pública", comentando assim a forma como a autarquia tem sido referida no âmbito destas investigações criminais.
Leia Também: Isaltino confirma buscas, mas garante que não apoiou candidatos do PSD