Madeira. Pandemia foi "oportunidade" para o turismo, mas há nova ameaça

A pandemia tornou-se numa "oportunidade" para o turismo da Madeira, mas o setor está agora sob uma nova ameaça, a diminuição do rendimento das famílias, disse hoje o secretário regional do setor.

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Lusa
11/11/2022 13:56 ‧ 11/11/2022 por Lusa

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"A pandemia constitui para nós [Madeira] uma enorme oportunidade", afirmou Eduardo Jesus na XV Conferência Anual do Turismo, organizada pela Direção Regional dos Economistas e que decorre hoje e no sábado, no Funchal e na ilha do Porto Santo.

O governante realçou que, "num ambiente tão adverso", devido à pandemia de covid-19, a Madeira conseguiu "concretizar um conjunto de medidas e conquistas de que este setor acabou por beneficiar".

O responsável recordou que "à custa da pandemia" a região "conquistou públicos mais jovens e reforçou o posicionamento como destino ativo, seguro, para todo o ano".

"Revelámos maior capacidade de adaptação, com reações muito rápidas, com escolhas e decisões momentâneas, mas com consequências duradouras, [captando] o fenómeno do nomadismo [digital] com uma presença efetiva e reconhecida internacionalmente pela sua consequência positiva", complementou.

De acordo com o secretário do Turismo e Cultura, a Madeira também aproveitou a oportunidade para diversificar mercados, abandonando o projeto de direcionar esforços para os nichos norte-americano e canadiano, além do reforço do Brasil, e virou-se para países não explorados na Europa, "trabalhando mais intensamente os de leste".

Eduardo Jesus realçou que hoje a Polónia é o 5.º mercado da Madeira.

A região, acrescentou, conseguiu ainda captar novas operações, novas companhias e novas ligações, trabalhar com novos aeroportos, e, juntamente com a Aeroportos de Portugal (ANA) e o Turismo de Portugal, a Ryanair passou a operar para a ilha, "o que permitiu num só dia aumentar 23% a acessibilidade".

"Tudo isto deu-se durante a pandemia", vincou, argumentando que a mensagem que resulta desta situação é que perante uma adversidade não é preciso ficar condenado ao fracasso ou à incapacidade de reação.

Mas, indicou, na atual conjuntura há "um outro conjunto de ameaças", que "se traduz na diminuição do rendimento das famílias", com "menos dinheiro para gastar" e efetuar viagens.

Contudo, Eduardo Jesus considerou que existe um conjunto de oportunidades que devem ser valorizadas e, entre outros aspetos, referiu "a forma positiva como o mercado inglês está a olhar para o próximo ano", o que evidencia, no seu entender, que "há sempre uma forma que o mercado encontra de esbater algumas das dificuldades".

"A questão cambial poderá ser uma agradável surpresa para alguns dos mercados pretendidos", afirmou.

Além disso, referiu, "o europeu está maioritariamente virado para viagens no espaço europeu".

"As ameaças serão menores quando mais fizermos maiores as oportunidades e sair das fraquezas mais fortes faz de nós diferentes", concluiu.

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