O antigo bastonário dos Advogados, Rogério Alves, considerou, esta quinta-feira, que as declarações de Carlos Costa, expostas no livro 'O Governador', sobre as relações tensas do antigo primeiro-ministro José Sócrates, com o atual, António Costa, e antigo ministro das Finanças Mário Centeno, não constituem uma difamação e aponta ao primeiro-ministro "um erro muito comum" da vida política nacional.
Em comentário na CNN, Rogério Alves, crê que esta "troca de galhardetes [entre Carlos Costa e António Costa] revela uma hipersensibilidade bastante hipócrita", uma vez que "não atinge a gravidade que lhe está a ser concedida".
De acordo com o antigo bastonário dos Advogados, "isto não é uma difamação porque alguma coisa aconteceu", mas, no entanto, dado que é uma questão de relevante importância "não é chocante que possa haver conversas sobre a matéria (...), nem despropositado que o primeiro-ministro possa emitir uma opinião".
No entanto, "é uma coisa banalíssima que se transformou num vendaval mediático", sublinhou Rogério Alves, lembrando que "no diálogo entre entidades políticas há um verbalizar excessivo, tal como o que acontece no parlamento", por isso não lhe devia ter atribuída tanta importância.
António Costa anunciou que irá processar o antigo governador, a quem acusou de ter escrito um livro com mentiras e deturpações a seu respeito e de ter montado uma operação política de ataque ao seu caráter, depois deste ter reafirmado que houve "tentativa de intromissão do poder político junto do Banco de Portugal".
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