"Não, não estou cansado da Presidência e, pelo contrário, é mais necessário mais Presidente num momento de mais crise, como é evidente", defendeu Marcelo Rebelo de Sousa em declarações aos jornalistas durante uma visita à Feira de Solidariedade Rastrillo, em Lisboa.
O chefe de Estado referiu que chegou na sexta-feira do Qatar e que tem tido "tantos compromissos, tantos compromissos, a maior parte deles sociais", mas referiu que não se cansa.
"Eu nunca me canso, eu sou criticado muitas vezes de nunca me cansar e outras vezes de me cansar", afirmou.
Questionado sobre a proposta do PSD no âmbito da revisão constitucional para que o Presidente da República tenha um mandato único de sete anos (em vez da possibilidade de dois mandatos de cinco), Marcelo assinalou que essa alteração já foi defendida por si.
"Eu não me meto na matéria da revisão constitucional, é uma matéria em que o Presidente da República não tem poderes nenhuns e eu, por exemplo, no passado defendi, quando não era Presidente da República, e mesmo no início, quando me candidatei, que a solução melhor seria um mandato único de sete anos", apontou.
No entanto, devo reconhecer que neste momento, com a guerra e com a crise, seria mau haver uma interrupção de mandato, um encurtamento de mandato, precisamente porque é preciso é haver quem enfrente a crise e quem garanta, intervindo. E o Presidente deve intervir para garantir, por um lado, que a maioria absoluta cumpre o que deve cumprir - para isso é que ela existe -- e, por outro lado, para garantir que haja uma oposição que possa ser alternativa, como é desejável que haja alternativas no futuro", defendeu o chefe de Estado.
Marcelo Rebelo de Sousa apontou também que está a ser mais exigente no segundo mandato.
"Estou a ser. Já mandei um diploma para o Tribunal Constitucional, posso mandar outros", avisou.
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