O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, esteve esta terça-feira reunido com os presidentes dos conselhos de administração e com os diretores clínicos de todos os hospitais da região de Lisboa e Vale do Tejo com serviço de urgência.

Segundo informa um comunicado a que o Notícias ao Minuto teve acesso, em cima da mesa estiveram as "dificuldades sentidas ao longo das últimas semanas, com o acréscimo da procura, sobretudo nas urgências gerais e nas urgências pediátricas" da região.

De facto, como justifica a tutela, a "afluência aos serviços de urgência geral encontra-se neste momento acima do período homólogo de 2021", verificando-se ainda um "acréscimo no recurso à urgência pediátrica".

Em causa está uma realidade que se deve a dois motivos: por um lado, a "um recurso elevado às urgências em situações não urgentes" e, por outro, a "situações de maior complexidade clínica relacionadas com patologia crónica e com o envelhecimento da população, que motivam maior pressão sobre o internamento".

O comunicado dá ainda conta de que este foi um encontro que surgiu com o "principal objetivo" de fazer um "primeiro ponto de situação" com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, com o Instituto Nacional de Emergência Médica e com as várias unidades hospitalares sobre a "implementação do Plano Estratégico do Ministério da Saúde: Resposta Sazonal em Saúde – Inverno 2022-2023".

Neste âmbito, todas as entidades envolvidas viriam a dialogar sobre as "estratégias de coordenação a nível regional que estão a implementar para melhorar a comunicação e a resposta aos cidadãos" - que, esclarece a mesma nota, "passa por estreitar a relação entre unidades com mais proximidade geográfica e em que há vantagem em potenciar o funcionamento em rede com mais previsibilidade para os profissionais e para os utentes".

O Ministério da Saúde destacou ainda, pela mesma via, que das várias medidas previstas no Plano Estratégico do Ministério da Saúde para o inverno, foi definida como "prioridade" um agilizar das equipas de gestão das vagas de internamento em cada unidade, "para uma melhoria global da resposta em contexto de urgência", bem como um acelerar do trabalho com o setor social "para resposta aos chamados internamentos sociais".

Já no que diz respeito aos cuidados de saúde primários, está já "em curso um reforço dos atendimentos em horário alargado e complementar" e a operacionalização da 'via verde ACES' nos serviços de urgência, "para que os utentes triados com pulseira verde ou azul possam ser referenciados dos hospitais para os centros de saúde, com data e hora previamente definida". Estas foram, de acordo com a tutela, "medidas consideradas centrais pelas instituições presentes na reunião".

Face às dificuldades de resposta sentidas pelos serviços de urgência, o Ministério da Saúde voltou a reforçar a "importância de, em situações não emergentes, contactar em primeiro lugar o SNS24, para o encaminhamento adequado a cada situação".

O mesmo comunicado de imprensa veio ainda recordar que, com o objetivo de proporcionar uma "melhor gestão da capacidade de internamento hospitalar neste período de maior utilização dos serviços de saúde", foram já contratualizadas 700 novas vagas no setor social para responder a situações de internamentos prolongados "por motivos não clínicos".

Recorde-se que, ao longo dos últimos dias, vários hospitais da região de Lisboa e Vale do Tejo têm vindo a ser afetados por dificuldades ao nível da capacidade de resposta, o que tem resultado em filas de espera de várias horas para o atendimento de doentes urgentes. 

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