O Presidente da República lamentou, na madrugada desta quinta-feira, a morte de uma mulher de 55 anos, em Algés, devido ao mau tempo que atingiu a Grande Lisboa, nomeadamente o concelho de Oeiras.
"Eu queria apresentar naturalmente os meus sentimentos à família da senhora que faleceu nestas condições dramáticas. Tão nova", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa perante os jornalistas, em Alcântara, acompanhado pelo presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas.
Instado a apontar possíveis causas da tragédia ou alguma falha das autoridades - que inicialmente tinham emitido apenas aviso amarelo para Lisboa - o Chefe de Estado não quis "formular juízos". Para Marcelo, a "grande lição a tirar" é a "necessidade de obras estruturais na capital".
A esse propósito, o autarca aproveitou para assinalar que a Assembleia Municipal de Lisboa aprovou hoje a proposta de orçamento para 2023, que vai permitir "fazer os grandes tunéis de drenagem".
"Realmente temos de lutar para mudar esta situação, por isso hoje aprovámos na Assembleia Municipal todo um orçamento que vai permitir fazer os grandes túneis de drenagem que são tão importantes para a cidade", referiu Carlos Moedas.
O autarca adiantou que a obra arranca em março e vai "evitar estas cheias de uma vez por todas".
"Fala-se desta obra há 20 anos", começou por referir. "Estará pronta em 2025 e são dois túneis, um de Campolide até Santa Apolónia e outro entre Chelas e o Beato", explicou Carlos Moedas, em declarações aos jornalistas.
O presidente da câmara frisou ainda que esta é uma situação que se vive na cidade "há muitos, muitos anos", e garantiu que aqueles "cinco quilómetros de túnel" vão permitir resolver o problema.
De acordo com o autarca, as zonas do concelho com mais ocorrências são, além de Alcântara, onde falou aos jornalistas, o Campo Grande, Campo Pequeno, Baixa, Avenida de Berna e Avenida 5 de Outubro, locais que irá percorrer durante a noite na companhia de Marcelo Rebelo de Sousa.
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) elevou hoje o estado de alerta para laranja nos distritos de Lisboa, Setúbal, Faro e Santarém até às 14h00 devido às chuvas fortes que se fazem sentir no continente.
O comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, André Fernandes, indicou ainda que no distrito de Lisboa e Setúbal há várias estradas e linhas de comboio cortadas.
"Temos as vias cortadas no IC 20. No acesso à Costa da Caparica, no distrito de Setúbal, temos a radial de Benfica, em Lisboa, cortada em ambos os sentidos por inundação e temos a circulação [ferroviária] interdita na Linha do Norte, entre Oriente e Alverca", adiantou.
Também o acesso às estações de comboio, nomeadamente na Linha de Cascais, em Algés, está cortado.
"A Linha de Sintra, na estação da Amadora, também está cortada por inundação", sublinhou.
André Fernandes acrescentou que os acessos às estações de Alcântara e Campolide, em Lisboa, estão interditos devido a inundação.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), que prevê chuva forte e trovoada até às 02h30, havia colocado durante a noite os distritos de Lisboa, Faro e Santarém em aviso vermelho.
De acordo com o IPMA, o aviso vermelho, o mais grave de uma escala de três, é emitido sempre que existe uma situação meteorológica de risco extremo.
Setúbal, Leiria e Beja foram colocados em aviso laranja e os restantes distritos em amarelo.
O aviso laranja indica situação meteorológica de risco moderado a elevado e o amarelo é emitido pelo IPMA sempre que existe uma situação de risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica.
[Notícia atualizada às 01h57]
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